O Hall da Fama no esporte é utilizado, há mais de um século, como um mecanismo de celebração a atletas excepcionais que se destacaram em suas modalidades e deixaram uma marca indelével para a eternidade. O primeiro panteão dedicado a uma atividade esportiva foi fundado em 1900 em Cooperstown, Nova York, para homenagear os jogadores de beisebol.
De lá para cá, vários outros esportes aderiram à ideia e criaram seu próprio espaço para eternizar as grandes lendas de sua história. Entre os países com maior representatividade nesses grupos seletos, os Estados Unidos se destacam como uma potência esportiva, produzindo alguns dos atletas mais notáveis em diversas categorias. Não à toa, eles dominam o Hall da Fama em vários campos, em especial em cinco modalidades.
Poker
Com quase 100 eventos realizados por temporada, a World Series of Poker, principal circuito de poker no mundo, acontece todos os anos em cassinos de Las Vegas. Coincidência ou não, o quinto esporte da mente é dominado pelos norte-americanos e cerca de 85% dos jogadores membros do Hall da Fama da modalidade nasceram nos Estados Unidos: 52 dos 61 atletas agraciados.
Entre os nove restantes estão dois britânicos, um grego, um polonês, um vietnamita, um canadense, um indonésio, um equatoriano e um israelita. Além disso, apenas três mulheres fazem parte da lista: Linda Johnson, a primeira jogadora feminina da história do poker, Barbara Enright e Jennifer Harman, todas norte-americanas.
O mais novo membro da turma é o também estadunidense Brian Rast, selecionado em julho deste ano. Ao longo de sua carreira nas mesas de Texas Hold’em, a categoria mais conhecida do esporte, ele obteve grandes resultados em torneios físicos e online e possui ao todo seis braceletes de ouro da WSOP, dois conquistados em 2011 e os outros em 2016, 2018, 2021 e 2023.
Tênis
Já faz um tempo que os Estados Unidos não possuem um tenista número 1 do mundo. A última foi Serena Williams, que liderou de forma derradeira o ranking feminino em maio de 2017. No circuito masculino, o jejum é ainda maior: desde Andy Roddick, em janeiro de 2004, nenhum jogador do país encabeçou a lista da ATP, muito pelo domínio do Big 4, formado pelo suíço Roger Federer, o espanhol Rafael Nadal, o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray.
Apesar disso, os EUA sempre tiveram grandes nomes e possuem o maior número de integrantes no Hall da Fama, 132. A Austrália, segunda colocada, tem apenas 32, enquanto o Brasil é representado por Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten. Pelo lado estadunidense, feras como as irmãs Williams, Billie Jean King, Pete Sampras, Andre Agassi e os tchecos naturalizados norte-americanos Martina Navratilova e Ivan Lendl são as grandes figuras da lista.
Basquete
Talvez nenhum outro esporte na história seja tão dominado por um único país como é o basquete pelos Estados Unidos. Campeões em 16 de 20 edições dos Jogos Olímpicos no torneio masculino e em 9 de 12 no feminino, o norte-americanos venceram cinco Copas do Mundo em 18 eventos entre os homens (recorde ao lado da antiga Iugoslávia) e 11 taças em 19 com as mulheres.
Esses números explicam por que o país possui 200 integrantes entre os 226 atletas homenageados no Naismith Memorial Basketball Hall of Fame, um grupo criado em homenagem a James Naismith, o inventor do basquete. A Croácia é a segunda na lista, com quatro nomes celebrados. Já o Brasil aparece com três: Oscar Schmidt, Ubiratan Maciel e Hortência Marcari.
Paralelamente, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) tem o seu próprio Hall da Fama, hoje com 87 jogadores membros. Os recordistas novamente são os EUA, com 13, seguido pelo Brasil, com seis. Além de Oscar, Ubiratan e Hortência, aparecem também Amaury Passos, Magic Paula e, mais recentemente, Janeth Arcain, em 2019.
Golfe
Sede da maioria dos torneios do PGA Tour, principal circuito de golfe do mundo, os Estados Unidos dominam também nos campos. Dos 20 maiores campeões, 18 são norte-americanos, dentre eles os recordistas Tiger Woods e Sam Snead, ambos com 82 títulos, além de Jack Nicklaus, maior detentor de troféus de Majors, os campeonatos mais importantes, com 18.
Dessa forma, dos 93 jogadores no Hall da Fama, 53 são dos EUA. O Reino Unido tem 20 nomes, enquanto Austrália e África do Sul dividem o terceiro lugar do ranking com quatro representantes cada.
UFC
Por fim, a maior organização de MMA do mundo, que é norte-americana, criou o seu próprio Hall da Fama e tem 20 atletas do país entre os 26 membros, com destaque para Georges St-Pierre, Tito Ortiz e Ronda Rousey, a única mulher da lista. O Brasil possui dois nomes, Rodrigo “Minotauro” Nogueira e Royce Gracie. Rússia, Canadá, Japão e Holanda têm um representante cada.