“Golpe do motel”: Polícia gaúcha desarticula esquema de chantagem contra envolvidos em casos extraconjugais

Os criminosos escolhiam clientes com veículos de maior valor e motéis com serviço mais caro.

Ao menos dois homens foram presos pela Polícia Civil gaúcha em São Leopoldo e Novo Hamburgo (Vale do Sinos) durante operação deflagrada nessa segunda-feira (11) contra o chamado “golpe do motel”. O crime consiste na extorsão (obtenção de dinheiro mediante chantagem) de indivíduos que utilizam estabelecimentos do gênero para encontros extraconjugais.

Iniciada em fevereiro, a investigação partiu da denúncia de um homem casado e que passou a sofrer ameaças em seu celular após fazer sexo com uma garota-de-programa. Ele recebeu mensagens não identificadas, com detalhes de sua rotina, além de fotos e vídeos em que aparece saindo acompanhado de um motel na Região Metropolitana. Os recados incluíam a exigência de R$ 8 mil para que o adultério não fosse revelado à esposa e outros familiares.

A 3ª Delegacia de Polícia de Canoas entrou em cena e conseguiu chegar aos remetentes. Também foram descobertos outros 20 casos semelhantes, praticados pelo mesmos autores em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana, bem como da Serra Gaúcha.

Com idades dentre 30 e 37 anos, foram três os alvos dos mandados de prisão cumpridos nessa segunda-feira, pela manhã. A corporação não havia divulgado novas informações, até o fim da noite, sobre a situação do terceiro envolvido.

 

Modo de ação

Os criminosos escolhiam clientes com veículos de maior valor e motéis com serviço mais caro. Outro diferencial era o horário da tarde, já que é tradicionalmente neste turno que costuma haver maior procura por parte de casais em relação extraconjugal.

A partir dessa estratégia, eram realizadas “tocaias” em frente ao estabelecimento, com  registros fotográficos e gravação de vídeos do momento da entrada e/ou saída da vítima. Conforme a delegada Luciane Bertoletti, o segundo passo dos chantagistas incluía o cruzamento de informações para localizar o telefone da vítima e de pessoas próximas.

“Por vezes, os criminosos se passavam por detetives particulares, alegando que os respectivos parceiros os haviam contratado para investigar eventual traição”, acrescenta Luciane. Em alguns casos, a vítimas eram “autorizadas” pela quadrilha a manter os encontros furtivos mesmo após o “flagrante”, desde que pagassem mais valores.

Titular da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, o delegado Cristiano Reschke reforça que esse tipo de crime tem sido tratado com prioridade pela corporação, para que as ameaças sejam interrompidas o quanto antes e responsabilizados os envolvidos.

Ele faz um alerta: em caso de contato por parte de criminosos, jamais se deve ceder à extorsão – do contrário, inicia-se um ciclo infinito de ameaças. “Os casos devem ser registrados imediatamente junto à Polícia Civil, sendo garantido o sigilo”, garante.

Por O Sul

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