Foi no longínquo 10 de abril de 1910 o registro dos primeiros poloneses a chegarem oficialmente na Colônia Erechim. Já no ano seguinte, outro grande contingente de imigrantes da Polônia chegavam na região do Alto Uruguai em busca de uma vida mais digna.
Além da bravura em deixar a terra natal e uma vida nada fácil na Pátria Mãe, ao chegarem em nova terra, os imigrantes se deparam com a mata fechada, onde muito trabalho seria preciso para a abertura de estradas, construção de casas e preparo do solo para o plantio. Desde o início, era grande a preocupação com o ensino, e logo que as colônias polonesas se formaram, o “polaco” já pensava na construção de escolas e como ensinar suas crianças. Eles próprios às construíram e repassavam o conhecimento às crianças, mesmo que sem ter os melhores professores.
Foto: Arquivo Histórico Municipal
Talvez tenha sido o imigrante que mais teve dificuldade com para comunicar-se e isto ficou mais evidente quando o governo brasileiro instala a escola pública oficial no interior dos grupos étnicos, impondo uma brasilidade a todos os imigrantes e seus descendentes, fazendo com que o ensino fosse realizado obrigatoriamente através da língua portuguesa.
Com o grande número de imigrantes vindos para Erechim, porém instalados em locais mais distantes do núcleo colonial, onde hoje temos os municípios de Áurea, Centenário, Carlos Gomes e Gaurama, os poloneses já em 1915 somavam o maior número de imigrantes em solo Da Colônia Erechim.
Outra característica marcante do imigrante polonês é a organização social. Já em 1931, criaram a Sociedade Nicolau Copérnico, onde eram realizadas festas, almoços, jantares, recepção de autoridades polonesas e brasileiras, além de organização e manutenção de aulas de língua portuguesa. Mais tarde, devido a campanha de nacionalização, a instituição passou a chamar-se Sociedade Instrutiva e Recreativa Rui Barbosa.
Tão importante quanto, para a manutenção e disseminação da cultura polonesa e, presente desde 1968, está o Grupo Folclórico Polonês de Erechim – JUPEM. A instituição levou o nome de Erechim ao mundo, quando conquistou o Festival Mundial de Grupos Folclóricos Poloneses na cidade de Rzeszów, Polônia em 1996. Além desta façanha, o JUPEM constitui-se hoje na base polonesa mais sólida em nossa região e representa a garantia de perpetuar os costumes, danças e alegria do seu povo.