Estiveram na Rádio Cultura neste sábado (12), os integrantes do Jupem e etinia polonesa, para falar sobre a saga dos imigrantes, suas contribuições para o desenvolvimento de Erechim e do Alto Uruguai, o legado passado de geração em geração e da rica cultura polonesa. Participaram do programa a psicóloga clínica e presidente do Jupem, Mônica Kieling, Jeison Luiz Lipnharski, diretor artístico do grupo e Maria Vanda Krepinski Groch, historiadora e uma das principais representantes da etnia polonesa em Erechim e região.
Enumerando as grandes dificuldades aqui encontradas, a forma que conseguiram superá-las e como conseguiram êxito e prosperidade, os participantes puderam contar um pouco da história dos imigrantes vindos da Polônia. Foi devido às constantes invasões de países vizinhos, conflitos violentos, tendo cerceada a sua liberdade e miséria, que os imigrantes poloneses, em grupos organizados ou espontaneamente chegaram ao Brasil, em busca de Pão, Paz e Liberdade.
Muitos obstáculos aqui encontrados, como a dificuldade de comunicação, adaptação a uma cultura em desenvolvimento, em um país que à pouco tempo abolira o regime de escravidão, falta de documentação correta, pois traziam filhos ora registrados como russos, ora austríacos, de acordo com o pais que era dominante sobre a Polônia, aos poucos foram sendo superados. Muito colaborou para isto a religiosidade. Era na fé que este povo cultivava em seu país, mesmo que por muito tempo, somente dentro de suas próprias casas, tinha a esperança de prosperar por aqui.
Trouxeram consigo também, a necessidade de educar os filhos e tornaram isso uma prioridade. Criando a primeira escola onde hoje está localizada a Linha Baliza. A escola que ensinava para as crianças a língua e costumes do polonês, logo passou a ensinar a língua portuguesa, não apenas para os seus descendentes, mas também para os demais imigrantes de outros países que aqui também chegaram.
Um dos maiores representantes culturais de Erechim, o Jupem, também foi muito comentado durante o programa. O grupo que conta, logicamente com pessoas de origem polonesa, possui também integrantes de praticamente todas as etnias. Levam Erechim para vários países do mundo. Chile, Argentina, Polônia entre outros. O mais interessante, no entanto, é que além das músicas e danças típicas da Polônia, o Jupem faz apresentações e leva também a cultura gaúcha e brasileira, deixando por onde passa toda a alegria e o reconhecimento aos seus antecessores. É como se estivessem agradecendo a eles por toda a luta que travaram no passado e demonstrando que ela realmente valeu a pena.
Todos os presentes destacaram a importância histórica da cultura em nossa sociedade, seja em dias normais ou em tempos de pandemia. Participar de um grupo cultural como o Jupem transforma uma criança em um adulto mais culto, responsável, com maior capacidade de prosperar em sua vida pessoal e profissional.
Atualmente a Cultura polonesa está representada em Erechim por vários grupos. Se você se interessou e quer saber mais ou fazer parte de um destes grupos, pode ter maiores informações junto ao arquivo histórico municipal, pelo site: https://www.pmerechim.rs.gov.br/pagina/332/imigrantes-etnia-polonesa, ou entre em contato com um dos grupos citados durante a apresentação da etnia: Sociedade Instrutiva e Recreativa Rui Barbosa e Grupo Folclórico Polonês de Erechim – Jupem.
Fortalecendo Raízes é um projeto cultural financiado pelo FAACE – Fundo de apoio as Artes e a Cultura de Erechim e uma realização da Fundação de Comunicação para a Educação e Assistência Social.
