Nos últimos três meses, a área rural de Cruzaltense registrou apenas chuvas esparsas. Segundo o escritório municipal da Emater, em alguns locais a chuva não passou de 15 milímetros no período. Os maiores prejuízos estão sendo verificados nas lavouras de milho, atingidas pela seca na fase de desenvolvimento das plantas. O potencial produtivo é tão baixo que as perdas são de, no mínimo, 70%. O engenheiro agrônomo André Gazoni, avalia que o milho não poderá ser usado para silagem por causa do crescimento pouco uniforme e deficiência de massa verde. “Este problema traz consequências imediatas na produção de leite. A oferta de alimento para os animais nas pastagens diminuiu muito e os estoques de silagem estão baixos”, avalia.
Grande parte dos agricultores ou vai tentar replantar as lavouras de milho ou vai migrar para a soja que está com o plantio atrasado. Pelo zoneamento agrícola já poderia ter iniciado no dia 10 de outubro, no entanto, falta umidade no solo para iniciar a operação. O município de Cruzaltense é essencialmente agrícola e os prejuízos na safra de verão devem afetar a economia pelo menos nos próximos 12 meses. O prefeito, Kely José Longo, deve decretar situação de emergência no município. Esta é a segunda vez neste ano que o município é afetado pela falta de chuvas. Em março, a seca prejudicou a produção de milho, soja, feijão e leite, somando prejuízos de R$ 14,7 milhões.