Estudo publicado pela PUCRS aponta que 10% dos jovens gaúchos não estudam e nem trabalham

Nos jovens mais pobres o índice atinge 22%, chega a 12,3% entre os negros, e em 13,4% nas meninas

No ano de 2023 havia 2,3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos no Rio Grande do Sul, representando 20% da população gaúcha. Naquele ano, 17,6% desses jovens se dedicavam apenas aos estudos, 19,9% estudavam e trabalhavam, 52,7% somente trabalhavam, e 9,9% não estudavam e nem participavam do mercado de trabalho. Ou seja, naquele ano havia 229 mil jovens gaúchos que não estavam estudando nem trabalhando ou procurando emprego.

O cenário é mais grave quando recortamos grupos específicos. Entre jovens gaúchos negros, em 2023, 12,3% não estudavam nem trabalhavam. Entre os brancos, eram 8,9%. Já quando fazemos o recorte por rendimentos, a desigualdade é ainda maior. Entre os jovens cujos domicílios de moradia se localizam no estrato dos 20% mais pobres do Rio Grande do Sul, 22% não estudavam e nem trabalhavam.

 

“Muitas vezes, há uma ótica direcionada aos jovens que os culpabiliza unicamente pelas dificuldades que enfrentam, quando, na verdade, há uma complexidade de múltiplas estruturas precarizadas e inter-relacionadas que os impactam de modo excludente”, explica  a professora Patrícia Espíndola Teixeira, coordenadora do Observatório Juventudes.

Outra questão sinalizada por Patrícia é a redução progressiva da população juvenil: “quanto menor o número de jovens, naturalmente é menor o lugar de representatividade juvenil e concomitantemente, maiores os impactos na população ativa e nos cenários de qualificação e desenvolvimento, sobretudo quando esses dados se somam a fatia distanciada da educação e do trabalho”.

Todos esses dados são provenientes do Boletim Juventudes: Levantamento sobre estudo e trabalho da população juvenil no Brasil e no Rio Grande do Sul, produzido em parceria entre o Observatório Juventudes e o Data Social, ambos serviços da PUCRS. Os dados utilizados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNADc – IBGE), acumulados na 1ª visita (2012-2019;2022-2023) e na 5ª visita (2020-2021). O levantamento coincide com o Dia Internacional da Juventude, celebrado anualmente em 12 de agosto, e criado por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). O recorte etário utilizado é o do Estatuto da Juventude (Lei n º 12.852/2013), considerando jovens as pessoas entre 15 e 29 anos.

Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre