Estados Unidos anunciam pacote de sanções para restringir produção de chips na China

Medidas podem representar a maior mudança na política dos Estados Unidos em relação ao envio de tecnologia para a China desde a década de 1990

O governo dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (7) um amplo conjunto de controles de exportação, incluindo uma medida para cortar o acesso da China a certos semicondutores fabricados em qualquer lugar do mundo que usem equipamentos norte-americanos. A medida representa uma tentativa de retardar os avanços tecnológicos de Pequim.

As regras, algumas entrando em vigor imediatamente, ampliam restrições definidas em cartas enviadas neste ano aos principais fabricantes de ferramentas para produção de chips – KLA, Lam Research e Applied Materials – e efetivamente os obriga a interromper as vendas de equipamentos para fábricas chinesas que produzem chips avançados.

As medidas podem representar a maior mudança na política dos Estados Unidos em relação ao envio de tecnologia para a China desde a década de 1990. Se eficazes, elas podem atrapalhar a indústria de chips da China, forçando empresas norte-americanas e estrangeiras que usam tecnologia dos EUA a cortar o suporte para algumas das principais fábricas e designers de chips da China.

“Isso fará os chineses retrocederem anos”, disse Jim Lewis, especialista em tecnologia e segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), em Washington. Ele afirmou que as políticas remontam aos rígidos regulamentos do auge da Guerra Fria.

“A China não vai desistir da fabricação de chips… mas isso realmente vai atrasá-los.”

Resposta da China

Em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores, por meio de uma porta-voz, disse que os Estados Unidos abusaram das medidas de controle de exportação pra manter a hegemonia da ciência e da tecnologia e que as medidas violam regras comerciais internacionais.

Ela completou ainda que as empresas chinesas serão prejudicadas, mas as americanas também e que a proibição de vender chips pra china vai ter um impacto na cadeia de abastecimento da indústria global e na recuperação da economia mundial.

Fonte: O Sul

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