Um triste fato ocorrido há 20 anos, mas que ainda ecoa na vida dos erechinenses, foi relembrado na manhã desta terça-feira (10) de maneira mais leve e reflexiva: foi oficialmente entregue à comunidade o memorial em homenagem às vítimas da tragédia na barragem da Corsan. No dia 22 de setembro de 2004, um acidente com um ônibus escolar interrompeu a vida de 17 pessoas – 16 estudantes e uma monitora –, cujas memórias agora estão eternizadas de maneira simbólica através do memorial localizado no largo entre a Praça Prefeito Jayme Lago e a Rua Euclides da Cunha.
“Que tragédias assim nunca mais aconteçam”
Proposta pelo vereador Claudemir de Araújo (Progressistas) e concebida pelo artista plástico Harrysson Testa, a obra possui 17 lápis, que, em formato de cátedra, representam as vítimas, além cubos e pilhas de livros em metal, um grande anjo em aço inox e um livro aberto contendo os nomes dos homenageados. “Nada mais justo que este memorial esteja aqui. É uma data difícil de relembrar, mas que sirva de reflexão para que tragédias assim nunca mais aconteçam. Ficamos felizes pelo poder público ter abraçado esta ideia”, disse o vereador Araújo durante a inauguração, acompanhado pelo presidente da Câmara, Jurandir Pezzenatto. “Essas crianças e a monitora que foram vitimadas sempre serão lembradas, e este local certamente fará a população refletir e ajudar a evitar outros acidentes”.
“Eles estão felizes, pois não foram esquecidos”
Junto dos familiares, o artista responsável afirmou que a criação do memorial não foi um processo fácil. “Foi a obra mais difícil que já fiz em mais de 50 anos de carreira. Sou pai e me coloquei no lugar dessas famílias, sofri muito durante o processo”, observou Testa. Representando as famílias, Cleci Vezzaro classificou a ocasião como “um momento de dor e alegria”. Para a mãe do menino Lucas, que ajudou a salvar amigos e colegas, mas acabou não sobrevivendo, é importante que a tragédia e as vítimas nunca sejam esquecidas. “Tenho certeza que o Lucas e seus amigos que partiram estão agradecendo a nós, a todos que aqui estão. Certamente eles estão felizes, pois não foram esquecidos. Peço a Deus que todas mães que perderam seus filhos sintam que eles estão juntos de nós todos os dias, sempre”, declarou.
Já o prefeito Paulo Polis refletiu que o acidente é uma lembrança permanente da história de Erechim, mas que, apesar das dores, “a vida sempre se renova”. “Nós sabemos que a dor é de quem dói, mas essa dor também serve para contar um pouco de nossas histórias ao longo destes 106 anos. Em meio a muitas alegrias, existem feridas, como essa, que não cicatrizam. Que tenhamos evoluído para que isso nunca mais aconteça, o cuidado que precisamos ter deve ser lembrado. Infelizmente pagamos um preço muito pesado para aprendermos isso. Não é simples, mas fiquem firmes e fortes, pois a vida sempre se renova e eles jamais serão esquecidos”, afirmou o prefeito.
Por Assessoria de Comunicação