“É uma coisa que a gente não deseja para ninguém, passar por isso de novo”, diz morador de Rio Pardo

Com subida rápida do Rio Jacuí, famílias do bairro Higino Leitão aceleraram retirada de móveis e animais de casa

elevação repentina do Rio Jacuí na tarde de sexta-feira (20) assustou moradores de Rio Pardo, especialmente no bairro Higino Leitão. À tarde, a água já avançava em direção às casas, forçando os moradores a retirarem às pressas móveis e animais.

 

“É uma coisa que a gente não deseja para ninguém, passar por isso de novo”, desabafou Dener Azevedo, de 33 anos, enquanto organizava a retirada de pertences da família. “O rio está subindo muito depressa. De manhã não tinha água e agora chegou na minha casa. As minhas coisas já retirei na terça, mas agora é ajudar meus pais a tirar os móveis e depois buscar os bichos. A vizinhança toda se ajuda, mas tem muita gente que espera até a última hora. Não adianta”, disse.

 

Morador da região desde que nasceu, Dener conta que já enfrentou diversas enchentes, mas a força da cheia histórica do ano passado ainda marca os moradores.

 

“A última vez subiu oito metros acima da casa. Aqui já pegamos água de 1,50 metro, mas aquilo foi muito além. Acho que o rio está muito assoreado, sobe rápido demais”, comentou.

 

Para ele, a situação é ainda mais difícil para quem tem filhos pequenos “É complicado. Hoje chegou o inverno, época de estar no conforto, e a gente tem que sair de casa. A gente tenta não passar preocupação para as crianças, mas elas percebem e ficam nervosas”, relatou.
A família já adquiriu um terreno em área alta para tentar escapar das enchentes no futuro, mas a construção ainda não saiu do papel. “Morar de aluguel é caro, tudo é difícil. Então a gente fica aqui, nos fundos da casa dos meus pais. Não é simples levantar uma casa nova assim, tudo está caro”, lamentou.
A Defesa Civil de Rio Pardo segue monitorando a elevação do Rio Jacuí e orienta a retirada preventiva de moradores nas áreas de risco.

 

Por Correio do Povo