Na manhã desta quarta-feira de cinzas, 17, em coletiva virtual, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil lançou a quinta Campanha da Fraternidade Ecumênica em nível nacional. De forma idêntica, o mesmo Conselho no Rio Grande do Sul fez o lançamento da Campanha em nível regional.
Por sua vez, Dom Adimir fez o lançamento da Campanha na Diocese de Erexim, no ano de seu jubileu de ouro, em missa, com imposição das cinzas, na Catedral, às 20h, concelebrada pelo Pároco, Pe. Alvise Follador, pelo Vigário Geral da Diocese, Pe. Cleocir Bonetti e pelo Chanceler da Cúria Diocesana, Pe. Antonio Valentini Neto, com a participação do Diácono Pascoal Pozza.
Na sua homilia, o Bispo ressaltou a natureza e as práticas da quaresma, oração, jejum e esmola ou caridade, a partir dos textos bíblicos da missa do dia. Citou tema, lema e objetivos da Campanha da Fraternidade. Tema: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”; lema, inspirado na Carta de São Paulo aos Efésios, 2,14a: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. Objetivos: promover, através do testemunho da unidade e do diálogo, a superação dos conflitos gerados pelas polarizações e violências que marcam nossa realidade; propor um caminho de diálogo sincero e relações sadias entre as pessoas, unindo suas forças para a busca do bem comum. Exortou a todos a estar de coração aberto e com disposição para percorrer o caminho penitencial da quaresma, com a proposta da Campanha da Fraternidade Ecumênica do diálogo para a superação de qualquer tipo de divisão em busca da unidade na diversidade.
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Íntegra da homilia de Dom Adimir
1. Minha saudação ao nosso vigário geral, Monsenhor Cleocir Bonetti, ao Pároco desta Catedral Pe. Alvise, Pe. Antonio Valentini, nosso chanceler da Cúria e assessor de imprensa, Diácono Pascoal, Consagradas, irmãos e irmãs aqui presentes e ouvintes da Rádio Difusão. Estamos vivendo o tempo da graça do jubileu de ouro de nossa diocese: “50 anos a serviço da fé e da vida”; “Caminha conosco, Senhor”!
2. Hoje, quarta-feira de cinzas, estamos iníciando, em toda a Igreja, o tempo quaresmal. Tempo que nos prepara para a grande celebração do Mistério Pascal de Cristo: sua paixão, morte e ressurreição. Nele se plenifica o projeto salvador de Deus para toda a humanidade, pois enviou seu próprio Filho para que o mundo fosse salvo por Ele.
3. Este tempo de quaresma, especial para nossa vida cristã, nos convida à conversão. Serão quarenta dias de um longo caminho que devemos percorrer com todo o nosso ser, com toda a nossa disposição, guiados, ajudados pela Palavra de Deus que nos orienta numa estrada para Deus, passando por uma revisão de um caminhar interior, de um caminhar em direção aos irmãos e irmãs e juntos, alcançarmos a meta desta estrada que é Deus. Deixemo-nos então iluminar por sua Palavra que nos diz:
4. Na primeira leitura, da Profecia de Joel: “Agora diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns… rasgai o coração e não as vestes… voltai para o Senhor vosso Deus” e garante-nos: “Ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo”. Este é um convite irrecusável para nós.
5. São Paulo também nos exorta hoje, na segunda leitura, dizendo: “Deixai-vos reconciliar com Deus” e prossegue: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação”. Este convite é reforçado ainda pela imposição das cinzas, quando ouvimos a expressão: “convertei-vos e crede no evangelho”. Conversão que significa voltar-se para, ou seja, voltar nosso olhar para Deus com amor filial, para nós mesmos com sinceridade na verdade do que vivemos e para o outro com compaixão e misericórdia.
6. Prezados irmãos e irmãs: as práticas de piedade que devem ser uma constante em nossa vida, colaboram para vivermos mais profundamente este tempo quaresmal. Estas práticas de piedade estão expressas pelo próprio Cristo no Evangelho de hoje:
a) Jesus fala da Esmola (traduzimos por Caridade): motivam-nos a olhar para nossos irmãos e irmãs, particularmente os mais necessitados e sermos solidários em suas necessidades;
b) Jesus nos fala da Oração: faz voltar nosso olhar e nosso coração para Deus, renovando nossa confiança em seu amor de Pai misericordioso; por ela aprofundamos nossa intimidade com Ele com a certeza de que sempre nos acompanha a sua presença;
c) Jesus nos indica o Jejum: Voltados a nós mesmos, somos convidados a viver o desapego, o domínio sobre nós mesmos superando os impulsos humanos que nos afastam da dignidade cristã. Jejuar nos fortalece numa vida espiritual madura, livre e profunda. Também nos faz solidários com os sofredores e com eles compartilhar o que temos.
Precisamos estar com o coração aberto e dispostos a percorrer humildemente este caminho para receber de Deus a recompensa prometida a todos aqueles que o amam com o coração sincero e fazem a sua vontade.
7. Caríssimos: neste tempo, a Igreja nos ajuda também a olharmos para o mundo, nossa casa comum, como diz o Papa Francisco, no qual estamos inseridos. A Igreja no Brasil nos propõe a Campanha da Fraternidade, que, desde 1964, vem refletindo diversos aspectos de nossa caminhada de fé. Este ano, esta Campanha, realizada de forma ecumênica, ou seja, com outras Igrejas Cristãs, nos propõe como tema: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e como lema, inspirado na Carta de São Paulo aos Efésios, 2,14a: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”.
8. O objetivo da Campanha deste ano é promover, através do testemunho da unidade e do diálogo, a superação dos conflitos gerados pelas polarizações e violências que marcam nossa realidade. Quer também propor um caminho de diálogo sincero e relações sadias entre as pessoas, unindo suas forças para a busca do bem comum. A convivência fraterna e solidária deve ser um bem e uma experiência profunda de vida em todas as relações humanas, não obstante as diferenças existentes. Mais do que nunca é necessário unir todas as forças e estar comprometido com a promoção da vida ameaçada pela Covid-19 e outros males.
9. Portanto, que este Tempo Quaresmal e a Campanha da Fraternidade nos ajudem a percorrermos um caminho de sincera conversão e preparação para a Festa da Páscoa, certeza de vida plena para todos em Cristo Ressuscitado, em meio à angústia e insegurança vividas neste tempo da pandemia do Coronavirus.
Que São José, padroeiro de nossa Diocese, neste ano a ele dedicado e Nossa Senhora do Rosário de Fátima, padroeira de nosso Santuário Diocesano, no Jubileu de Ouro de nossa Diocese, intercedam por todos nós. Amém!
Por Assessoria de Comunicação