Ao homenagear todas as formas de artes e a liberdade de expressão a partir do Triângulo do Atlântico, a 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul nos remete à necessária reflexão que diz respeito aos diferentes atores do Brasil de ontem e de hoje.
A observação é do diretor do Instituto Unimed-RS, Alcides Mandelli Stumpf, presente à solenidade de abertura da Bienal, em Porto Alegre, no dia 5 de abril.
Para o dirigente da Unimed – entidade apoiadora do evento – é preciso conhecer e valorizar os diversos povos que ajudaram a formar o Brasil atravessando o Oceano Atlântico, ao longo da história. “Vivemos no Brasil e em boa parte do mundo tempos difíceis, marcados pela intolerância e o aprofundamento das diferenças. O resgate de um olhar mais humano por meio de representações artísticas plurais, englobando talentos da África, Europa e América, é um meio capaz de chamar a atenção, mostrando que há riqueza, sentido e belas mensagens nas mais variadas culturas”, sustenta Stumpf, que destaca, ainda, a importância do cooperativismo estar atento a esta temática.
A Bienal
O evento começou com uma grande festa no coração de Porto Alegre. Centenas de pessoas participaram da noite que homenageou as artes. Segundo o presidente da Bienal, Gilberto Schwartsmann, a mostra é uma ação coletiva pacificadora. São mais de 70 artistas – 21 do continente africano, 19 do Brasil, 20 da América Hispânica, 11 da Europa e seis da América do Norte. Para o curador Alfons Hug, “o triângulo simboliza as memórias e o Atlântico representa os movimentos migratórios, muitos forçados, como o dos escravos da África para outros continentes e dos europeus pobres para a América do Norte, também em regime de semiescravidão”.
As atividades da Bienal se estendem até o dia 3 de junho agregando artes visuais, música, dança, teatro e poesia de diversas nações das Américas, África e Europa.