Em entrevista ao Estúdio Boa Vista da Rádio Cultura FM nesta quarta-feira (25), Walmir Badalotti, diretor da Brastelha, destacou a importância da logística para o desempenho das empresas de Erechim, especialmente as localizadas no corredor de desenvolvimento às margens da ERS 135, saída para Getúlio Vargas.
Badalotti revelou que nesta quarta-feira (26), está recebendo um técnico da Weg, empresa fabricante de transformadores e equipamentos industriais, devido a problemas recorrentes com máquinas de alta sensibilidade. “Elas possuem diversos sensores, placas e quadros de comando, e qualquer variação na tensão da rede elétrica danifica esses componentes gradualmente, até queimá-los por completo”, explicou.
Na semana passada, quedas de energia queimaram várias placas, causando prejuízos significativos. “Uma placa de apenas 10×10 cm custa 6 mil euros e não pode ser reparada, pois contém um chip com memória exclusiva do fabricante italiano”, disse. Sem a reposição direta da empresa, a produção fica paralisada.
Junto a outras indústrias do corredor e a ACCIE, a Brastelha protocolou um pedido no Procon para que a concessionária de energia, com sede em São Leopoldo, modernize a rede elétrica da região. “A infraestrutura atual é obsoleta e não suporta a demanda crescente. Novos equipamentos são instalados semanalmente em uma rede precária, agravando o problema”, afirmou.
Os prejuízos vão além da queima de peças. Badalotti destacou os custos com a interrupção da produção: “Quando a máquina desliga devido a oscilações, é necessário refazer todo o setup – trocar ferramentas, recalibrar e limpar sistemas. No nosso caso, perdemos chapas de aço e horas de trabalho, atrasando entregas e afetando toda a cadeia produtiva”.
O Procon deve encaminhar um relatório à RGE exigindo soluções urgentes. Enquanto isso, as indústrias daquela região da cidade seguem vulneráveis a falhas que impactam sua competitividade e operação.
Por: Edson Machado da Silva