Diagnóstico das condições de vida e saúde é realizado com atingidos pela Barragem de Itá

MAB e Fiocruz é quem estão realizando a pesquisa que também comtempla o Complexo Hidrelétrico Binacional Garabi e Panambi

Integrantes do programa de “Diagnóstico das condições de vida e saúde ambiental em regiões atingidas por barragens no estado do Rio Grande do Sul”, estiveram na Rádio Cultura para relatar as atividades que estão sendo realizadas com atingidos das barragens de Itá e do Complexo Hidrelétrico Binacional Garabi e Panambi.

Grasiele Berticelli, da coordenação estadual do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), diz que na região estão trabalhando com os municípios de Aratiba e Mariano Moro, atingidos pela barragem de Itá. “Os dois municípios foram diretamente atingidos pela barragem, onde passa o lago e ainda residem muitas populações remanescentes. Estamos conversando com aqueles que vivenciaram todo processo, desde o anúncio do projeto, construção e operação. Considerando que essa é uma das barragens que está há mais de 20 anos operando”, contou.

O projeto também está sendo desenvolvido na região noroeste, onde o Rio Uruguai faz divisa com Argentina. “A iniciativa também está ocorrendo com o povo missioneiro, municípios de Alecrim e Porto Lucena, que foram atingidos por um projeto de barragem, complexo hidrelétrico Garabi-Panambi. Já faz mais de 40 anos que o povo daquela região resiste ao projeto de barragem e o tema ainda está em pauta”, relatou.

As atividades que tiveram início neste mês de abril, consistem na aplicação de questionários com moradores e profissionais de saúde. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que é referência em saúde pública, também está à frente desta iniciativa.  “Nós da Fiocruz atuamos com o MAB e outras instituições pelo país. Percebemos que a construção das barragens rompem com práticas cotidianas da população, esse rompimento vem acompanhado de questões psicossociais, relação com familiares e amigos, mudança de ambiente, o que por vezes, fomenta algumas doenças. Por isso, a Fiocruz busca entender e comparar o que os projetos e execuções de barragens causam na vida das pessoas”, disse Felipe Bagatoli, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, uma unidade técnico-científica da Fiocruz.

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