O encontro aconteceu nesta terça (10), reunindo mulheres de diferentes idades e profissões. Cada participantes recebeu uma camiseta e um imã de geladeira com uma frase de incentivo: “Que eu seja todo o dia como um girassol, de costas para o escuro e de frente para a luz.” A coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sutraf-Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai, Juraci Zambon, conduziu uma reflexão com as mulheres sobre os diversos aspectos que impedem a emancipação feminina, as conquistas já obtidas e os problemas e dificuldades que persistem. Ela estabeleceu paradoxos em relação às conquistas e à condição da mulher. Como exemplo, citou que apesar de haverem políticas públicas que garantem o acesso à terra, ao trabalho, à licença maternidade e à aposentadoria, muitas mulheres continuam vivendo submissas como antes. Juraci também citou a violência contra a mulher como um dos principais fatores que inibem as suas potencialidades. Segundo o IBGE os casos de feminicídio aumentar 233% em janeiro de 2020, quando comparado a janeiro de 2019.
Reunidas em grupos as mulheres puderam falar sobre a sua realidade e apontar quais são as dificuldades que ainda enfrentam. Muitos problemas foram relatados, desde a falta de valorização, submissão, a prevalência dos costumes antigos, a dupla jornada, o medo de denunciar a violência, a falta de voz, até o preconceito social, a falta de apoio das mulheres às próprias mulheres, o preconceito no esporte e a necessidade de maior participação política. Entretanto, também destacaram que entre as novas gerações as diferenças vem diminuindo, graças ao movimento que iniciou nas gerações anteriores. A secretária de Saúde, Débora Cenci, encerrou o encontro alertando que os problemas das mulheres persistem. “Em maior ou menor escala, as mulheres sofrem com o machismo e o preconceito. Na saúde fica muito visível o impacto que isso causa emocionalmente. Inúmeras mulheres tem depressão, ansiedade e dependem de medicamentos. E culpa por esta situação não é só do homem, o preconceito está na própria mulher que também é vítima de uma cultura machista. Por isso, é preciso falar. Quanto mais as questões forem abordadas, mas avançaremos”, disse.
A tarde o evento foi aberto pelo Padre Dirceu Balestrin, que conduziu uma mística, seguido de palestra e atividades sobre “Empoderamento, motivação e autoestima da mulher” conduzida por Eloir Griseli e Marcia Magro. A tarde teve ainda uma confraternização e atividades culturais. A Associação dos Deficientes de Aratiba expos e comercializou as peças de artesanato que são produzidas na entidade.