Briefing, levantamento de necessidades, requisitos de projeto, seleção de materiais, geração de alternativas e prototipagem. Os nomes técnicos de algumas das etapas básicas de um projeto de Design foram colocados em prática pelos estudantes da disciplina de “Introdução ao Design” da Faculdade Anglicana de Erechim (FAE) e contribuíram com a revitalização de dois espaços do Hospital Santa Terezinha.
Em 2019, a Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim lançou o projeto “Abrace o Santa”, com o objetivo de implantar melhorias na estrutura física do hospital. Como o foco do profissional da área do Design é a solução de problemas a partir do desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades funcionais e estéticas dos usuários, nos mais diversos segmentos, a professora Regiane Dalarosa entrou em contato com o hospital para desenvolver os projetos da disciplina de “Introdução ao Design”.
“Em conversa com a equipe do hospital, foi sugerido um dos quartos de internação infantil para realização da atividade, àquele que possuía maior necessidade de revitalização devido ao grande fluxo de pacientes crianças e nenhum elemento lúdico presente. Além do quarto infantil, o hospital apontou a necessidade de um projeto de ‘painel do tempo’ para a UTI geral”, explica a professora.
A atividade iniciou com um levantamento de necessidades realizado pelos alunos em uma visita técnica ao hospital, onde foram observadas as oportunidades de melhorias. Posteriormente, em sala de aula, os acadêmicos elaboraram as propostas, que foram enviadas e avaliadas pela Direção, psicóloga e engenheira responsável pelo hospital. Após a aprovação, os produtos foram confeccionados e entregues ao final da disciplina, no último dia 18 de julho.
Integrante do grupo responsável por criar painéis do tempo para a UTI infantil, a acadêmica Elis Cecconello constata que, muito mais do que informações sobre o clima, temperatura e dia da semana, as ferramentas desenvolvidas pelo grupo também têm a função de fazer com que os pacientes possam pensar para além das paredes do hospital. “Foi uma atividade muito gratificante. Saber que com tão pouco e de uma forma tão simples conseguimos
ajudar as pessoas que estão passando por um momento difícil faz com que a gente se sinta ainda mais realizado com a escolha do curso que fizemos”, enfatiza a estudante.
Na avaliação da professora, o resultado da atividade foi extremamente positivo, “além de exercitarem na prática os conteúdos abordados em aula, os alunos puderam contribuir efetivamente com a comunidade, propondo soluções para um problema real usando ferramentas de projeto de design”. Para a psicóloga clínica do Hospital Santa Terezinha, Launa Fontanella, o abraço dos estudantes do curso de Design também contribuirá com o processo de recuperação dos pacientes, “o espaço ficou colorido e alegre, tornando a internação um processo mais agradável e o ambiente mais próximo de outras realidades, como a escola, por exemplo, o que favorece a melhora das crianças”.
Além da revitalização de espaços, a turma também criou jogos e aplicações para os suportes móveis de soro, com diversos personagens infantis, para que cada criança possa personalizar o seu.
Conheça os trabalhos desenvolvidos por cada grupo:
Grupo 1: “painéis do tempo” para orientar os pacientes da UTI em relação aos dias e ao clima externo. Segundo a psicóloga responsável pelo hospital, os painéis poderão contribuir para a diminuição de quadros de desorientação, auxiliando na recuperação dos pacientes que estão ali internados. Integrantes: Amanda Rodrigues, Elis Cecconello, Elena Oliveira, Gabriel Alves, Luís Guilherme Fernandes, Suélen Petter.
Grupo 2: desenvolvimento de aplicações para as paredes do maior quarto de internação infantil do hospital, que ainda não possuía nenhuma interferência lúdica, tornando o espaço visualmente mais interessante para as crianças. Integrantes: Aline Garcia, Caroline Campesatto, Gabriela Cantele, Milena Berti.
Grupo 3: criação de objetos lúdicos para o quarto de internação infantil. Tendo em vista que todos os móveis e equipamentos desta ala precisam ser limpos e esterilizados com frequência, nem todos os brinquedos são aceitos neste espaço devido à possibilidade de contaminação. Por isso, a ideia foi desenvolver brinquedos que contribuíssem para a interação com as crianças e que fossem de material adequado para esterilização. O grupo 3 desenvolveu um jogo da memória e dois dados para interação com as crianças contendo
sugestões de brincadeiras e atividades em cada lado da superfície. Integrantes: Camila Marcolin, Josiele Weirich, Fernando Girelli, Lucas Petkovicz, Lucas Ostroski. Além disso, foram criadas 25 placas para aplicação nos suportes móveis de soro, com diversos personagens infantis, para que cada criança personalize o seu. Integrantes: Matheus da Silva e Miriam Olsczewski.