Descarte incorreto de seringas e resíduos de saúde coloca em risco garis e recicladores

Materiais perfurocortantes no lixo comum expõem trabalhadores a cortes, infecções e doenças graves.

O descarte inadequado de seringas, agulhas e outros materiais perfurocortantes junto ao lixo seco tem se tornado uma grave ameaça à saúde de garis e trabalhadores das centrais de triagem em Erechim. Esses resíduos, que deveriam ter destinação correta, acabam misturados a plásticos, papéis e latas, expondo quem lida diretamente com o lixo a cortes, perfurações e até infecções graves.

Especialistas em saúde pública alertam que objetos como agulhas, seringas, lâminas e ampolas de vidro podem transmitir doenças como hepatite B, hepatite C, tétano e HIV, caso entrem em contato com ferimentos na pele. O risco aumenta ainda mais quando esses materiais não estão embalados ou identificados como perigosos.

Além dos resíduos gerados em residências, também há registros de descarte incorreto de materiais vindos de clínicas, consultórios odontológicos, salões de beleza e estúdios de tatuagem. Quando não seguem as normas de coleta e transporte de resíduos, esses estabelecimentos contribuem para que perfurocortantes cheguem ao lixo comum ou reciclável, aumentando a exposição de trabalhadores.

Recicladores relatam que não é raro encontrar seringas misturadas a garrafas PET e outros materiais. “Os trabalhadores colocam a mão e não sabem o que vão encontrar. Uma picada de agulha pode mudar a vida de uma pessoa para sempre”, alerta um integrante da ARCAN.

 

Local correto de descarte

De acordo com a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), resíduos de serviços de saúde — incluindo agulhas e seringas — devem ser separados, acondicionados e descartados em locais específicos, como postos de saúde, farmácias e unidades de coleta autorizadas. Os materiais perfurocortantes precisam ser armazenados em caixas coletoras rígidas, conhecidas como “descarpack”, jamais em sacolas plásticas junto ao lixo comum ou reciclável. Já clínicas e espaços profissionais devem contratar empresas licenciadas para coleta e destinação final de resíduos de saúde.

 

Responsabilidade coletiva

O secretário de Meio Ambiente de Erechim, Cristiano Moreira, reforça a importância da responsabilidade coletiva. “Cada seringa descartada de forma incorreta representa um risco real para quem está na linha de frente da limpeza e da reciclagem. A colaboração da população e dos estabelecimentos de saúde é fundamental para proteger vidas e garantir uma cidade mais segura”, destacou.

O alerta é claro: um pequeno gesto de cuidado no descarte pode evitar acidentes graves e preservar a saúde de quem mantém a cidade limpa.

 

Por Comunicação PME