Apesar do crescimento de 2,9% em 2022, a economia brasileira foi mais uma vez impactada pela notícia da queda de 0,2% no PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2022, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Valor, que levou em conta 75 instituições financeiras e consultorias.
A equipe econômica e os especialistas do mercado dizem que a queda era esperada, entretanto, quando analisamos os demais países em desenvolvimento, a queda brasileira se destacou em comparação com o resto do mundo, onde poucos países tiveram uma retração econômica no último trimestre do ano passado.
Dos 50 países avaliados, apenas 13 tiveram queda no PIB no quarto trimestre, enquanto a média do restante foi de um crescimento de 0,3%. O melhor resultado foi registrado pela Irlanda, com uma alta de 3,5%. O Brasil teve o 35º maior crescimento de 2022 na totalidade, dentre 54 países avaliados. Países como Alemanha, Coreia do Sul, Taiwan e Itália também tiveram retração econômica no último trimestre de 2022.
Nesse cenário, o terceiro governo Lula começa com uma série de desafios, entre eles, a retomada do crescimento econômico Brasileiro. Para isso, a equipe econômica precisará apresentar um pacote de retomada da geração de emprego, aliada ao investimento público em vários setores, principalmente no setor de construção.
Setor de serviços segura a queda
Um dado interessante do PIB brasileiro do ano passado, é que o setor de serviços foi o segundo que mais cresceu, ficando atrás somente das exportações. O crescimento se deu em 4,2%, sendo quase o dobro do crescimento do PIB.
Em valores totais, os setores de serviços que mais cresceram foram os de entretenimento, hotelaria e transportes. O setor de entretenimento teve seu crescimento muito devído à popularização das apostas e jogos de cassino online. Cada vez mais pessoas estão descobrindo os jogos de cassino, e esse é um setor que continuará crescendo nos próximos anos.
Portanto, o setor de serviços é um setor chave para o governo Lula. Um pacote de medidas de incentivo e fomento do setor está sendo preparado pelo ministro da economia, Fernando Haddad. Além disso, o governo também está apostando suas fichas na reforma tributária.
Menos tributos sobre o consumo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reforma tributária será focada em diminuir a carga do consumo e, se aprovada, trará um “choque de eficiência” para a economia brasileira.
A expectativa é que a Proposta de Emenda à Constituição seja votada entre junho e julho na Câmara dos Deputados e até outubro no Senado Federal. O ministro minimizou as resistências de prefeitos e governadores quanto à perda de arrecadação e do setor de serviços quanto ao aumento da carga tributária.
Ele argumentou que a reforma iria resolver um grande conflito distributivo entre o setor público e privado e aumentar a segurança jurídica no país. Haddad destacou que a proposta prevê um longo período de transição e que o impacto na eficiência da economia será muito maior do que o impacto redistributivo pelos entes federados.
Em relação à resistência de prefeitos, o ministro da economia, também afirmou que o ISS, principal imposto das entidades municipais, será preservado no debate e o impacto na arrecadação pode ser amparado.
Haddad destacou que a reforma terá impacto geral neutro e que não há previsão de volta de impostos semelhante ao CPMF. Além disso, o Ministro reforçou que o Simples Nacional, usado por empresários de pequeno porte, será preservado e a reforma tributária trará dispositivos para evitar a seletividade tributária.
Governo corre contra o tempo
O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou ser difícil estabelecer um prazo para a votação da reforma tributária, devido à complexidade do tema. No entanto, ele espera que a reforma possa ser concluída na Câmara ainda no primeiro semestre deste ano, enquanto a votação no Senado ocorreria no segundo semestre.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também acredita nessa estimativa. Lira acrescentou encontrar alguns obstáculos para consolidar a base governista na Câmara, mas que o governo está trabalhando e os partidos estão discutindo para alcançar esse objetivo.
Soluções mais imediatas estão no Banco Central e no Ministério do Trabalho. Com a redução das taxas de juros, o consumo deve voltar, e a geração de empregos também será um grande aliado do governo. Além disso, com a renegociação das dívidas das famílias brasileiras, o poder de compra deve movimentar o mercado.
Agora, com a notícia da queda do PIB brasileiro no quarto trimestre e as perspectivas de um PIB ainda menor em 2023, foi aceso o sinal de alerta na equipe Ministerial. Haddad, Tebet e o Presidente Lula precisam correr para aprovar todas as medidas com rapidez, para assim garantir que o PIB volte a crescer.
Por Assessoria de Comunicação