O deputado Paparico Bacchi (PL) protocolou nesta segunda-feira (29), projeto de lei que busca valorizar músicos, cantores e trovadores do Rio Grande do Sul. Denominado “PL Pedro Ortaça”, a proposta que leva o nome do músico missioneiro, estabelece a obrigatoriedade de contratação de artistas locais na abertura de eventos musicais patrocinados ou financiados com recursos públicos. Além do pagamento de cachê o contratante deverá oferecer aos profissionais estabelecidos no Estado a mesma estrutura de palco, som, iluminação, camarim, água e alimentação
Na justificativa da proposição, Paparico Bacchi ressalta que é dever do poder público estimular a cultura regional. O líder da bancada do Partido Liberal na Assembleia e Legislativa, que por mais de 22 anos atuou no ramo de eventos por meio de uma empresa de sonorização, afirma que o objetivo do seu projeto de lei é criar um novo mecanismo de promoção e valorização dos artistas gaúchos.
“Os conjuntos musicais são empresas que geram empregos e pagam tributos para o nosso Estado, assim como os instrumentistas, cantores e trovadores que têm carreira solo e investem no RS. Entendo que estes talentos e empreendedores recebam tratamento justo e incentivos para que mostrem e divulguem o seu trabalho”, pontua o deputado Paparico Bacchi,
De acordo com o autor da proposição a Secretaria Estadual de Cultura, será a responsável a organização e adotará as providências relativas à disponibilização da lista dos artistas locais, sendo responsável pela fiscalização da atividade das empresas organizadoras e promotoras do evento.
Pedro Ortaça apoia o projeto de lei
Mestre da cultura popular, Pedro Marques Ortaça é um compositor e músico gaúcho que propôs e ajudou a construir a identidade musical missioneira. Nascido no dia 29 de junho 1942, em Pontão Santa Maria, primeiro distrito de São Luiz Gonzaga, Pedro Ortaça é considerado um dos quatros troncos da cultura missioneira.
Em meados de 1966, juntamente com Noel Guarani e Cenair Maíca, decidiu que iria criar um novo modo de compor, cantar e tocar. A este grupo, e com os mesmos ideais, juntou-se Jaime Caetano Braun, que serviu de fonte e vertente para o trabalho cultural que se iniciava, haja vista que o quarteto discordava como as coisas do Rio Grande do Sul eram colocadas, não os satisfaziam e não serviam como norte e inspiração para eles e outros artistas.
Inconformado com a pouca valorização dos artistas gaúchos e disposto a defender a classe, Pedro Ortaça procurou o deputado Paparico Bacchi. Em audiência realizada no início deste ano no gabinete do parlamentar, Pedro Ortaça e o filho Gabriel apresentaram argumentos que embasaram o projeto de lei protocolado no dia em que o “Galo Missioneiro” completa 78 anos.
“Este projeto de lei nasce para proteger a música gaúcha e valorizar a classe artística do RS. Caso seja aprovada, esta proposição será um marco na história da música e na vida dos artistas que merecem ser reconhecidos e valorizados pelo seu talento, criatividade e trabalho”, finaliza Paparico Bacchi, destacando a importância da proposta e o nome de Pedro Ortaça para a cultura regional.