A CPI da Covid marcou nesta quinta-feira (23) o depoimento do empresário Luciano Hang, dono da Havan, para a próxima quarta-feira (29). A convocação dele já tinha sido aprovada em junho, faltava marcar a data.
A CPI também aprovou a convocação de Bruna Morato, advogada da empresa de saúde Prevent Senior. Na sessão desta quarta-feira (22), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu que fosse marcado logo o dia do depoimento de Hang.
A CPI quer aprofundar investigações sobre envolvimento de Hang em esquemas de disseminação de informações falsas, em especial informações falsas sobre tratamentos ineficazes contra a Covid.
Hang foi assunto na CPI na quarta-feira em razão das investigações sobre a Prevent Senior. A mãe do empresário, Regina Hang, falecida em fevereiro após complicações da Covid, era cliente do plano de saúde. Uma reportagem mostrou que a Prevent Senior não informou a causa da morte de Regina no atestado de óbito.
O prontuário de Regina mostra que ela foi internada no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Senior, e foi medicada com o chamado “kit Covid”. O “kit Covid”, também alvo da CPI, é formado por remédios ineficazes contra a Covid.
Prevent Senior
A Prevent Senior é investigada pela CPI por ter omitido óbitos de pacientes em um estudo conduzido pela empresa na tentativa de atestar a eficácia dos medicamentos. A CPI recebeu um dossiê com uma série de denúncias de irregularidades, elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent.
O documento informa que a disseminação de remédios sem eficácia foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo que omitiu os óbitos foi um desdobramento do acordo.
Em depoimento à CPI, o diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito, negou que a Prevent tenha escondido os participantes do estudo que morreram de Covid e receberam o tratamento ineficaz.
Mas ele admitiu que a Prevent orientou médicos a modificarem, após algumas semanas de internação, o CID (código de diagnóstico) dos pacientes que deram entrada com Covid.
Segundo ele, depois de 14 ou 21 dias de internação, a CID era modificada, porque esses pacientes não mais transmitiriam a Covid. Na prática, segundo a CPI, isso alterou dados sobre quantidade de pacientes com Covid e gerou subnotificação. Senadores viram crime na medida adota pela empresa.
Fonte: O Sul