O Coordenador do Curso de Odontologia da URI, professor Antônio Augusto Iponema Costa, foi um dos convidados para participar de um projeto de extensão em Porto Alegre. A iniciativa foi desenvolvida pela ULBRA/Canoas sob a coordenação das professoras Simone Loureiro Brum Imperatore e Cristina Gamino Gomes Tonial.
A atividade consistiu em uma roda de conversa na Associação Comunitária e Cultural do Quilombo Areal da Baronesa e teve o objetivo de oportunizar a troca de saberes acerca de potencialidades e oportunidades profissionais na perspectiva da inclusão acadêmico-social de jovens negros da comunidade Quilombola. Participaram do encontro dois cirurgiões-dentistas, o professor Antônio e Valquíria Oliveira que relataram suas trajetórias de vida a fim de inspirar jovens negros.
O Quilombo do Areal compreende a avenida Luiz Guaranha e fica no limite entre os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, um dos mais tradicionais territórios negros de Porto Alegre, onde ocupa uma pequena rua com casas geminadas com aproximadamente 80 famílias.
Este território fazia parte da chácara de Maria Emília de Menezes Pereira, a baronesa do Gravataí, e pela existência de uma espessa vegetação, foi esconderijo de escravos fugidos, sendo conhecido como território de “Emboscadas”. Em 1879, depois de um incêndio em sua propriedade, a baronesa loteou e vendeu as terras, que passaram a ser habitadas por negros libertos e famílias italianas. O território ficou conhecido como Arraial ou Areal da Baronesa, em virtude da areia avermelhada existente no local.
O Professor Antônio explanou sobre sua trajetória de vida enquanto indivíduo negro desde sua infância até chegar à Coordenação do Curso de Odontologia da URI. “Ser negro é romper barreiras cotidianas numa sociedade que necessita urgentemente evoluir rumo à equidade, valorização de potencialidades e principalmente, o respeito”, ressaltou.