O Rio Grande do Sul é um Estado cooperativista. São 2,8 milhões de associados, distribuídos em 426 cooperativas.
Os números foram divulgados esta semana durante o Tá na Mesa, da Federasul, no relatório “Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2018”. Após a tradicional coletiva de imprensa, o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, falou sobre o crescimento do setor cooperativista no Estado.
O balanço publicado pela Ocergs no mês de julho aponta o faturamento recorde de R$ 43 bilhões das cooperativas do RS, com incremento de 4,3% em relação ao período anterior.
Em sua explanação, Perius demonstrou a força e a contribuição do cooperativismo para o desenvolvimento econômico e social do RS, destacando o aumento no número de sócios, geração de novos empregos, investimento das cooperativas em capacitação, novos hospitais e novas agroindústrias, faturamento, sobras, entre outros.
“Tivemos um ano de resiliência econômica, imposta pela recessão. Reconhecemos também que nossas cooperativas tomaram decisões importantes para projetar o seu futuro em um cenário difícil. Por serem sociedades constituídas por pessoas, e não por capital financeiro, as cooperativas constroem e projetam seus investimentos numa proposta de crescimento com base na mútua colaboração. É nisso que acreditamos. É isso que fortalece e sustenta o setor cooperativista”, afirmou o presidente Vergilio.
Diferente do modelo capitalista, que visa lucros, as cooperativas geram sobras. E nesse indicador de desempenho, a eficiência econômica das cooperativas gaúchas se evidencia: com crescimento de 21,97% nas sobras apuradas, atingindo o valor de R$ 1,8 bilhão. E mais do que gerar e distribuir riquezas de forma proporcional ao trabalho de cada associado, as sobras permanecem nas comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas.
A solidez do sistema cooperativista estadual se comprova na evolução do patrimônio líquido, que alcançou R$ 14 bilhões.
Em relação aos ativos, o cooperativismo gaúcho registrou um acréscimo de 13,78%. Nos últimos cinco anos houve crescimento de 94,4% no total desses ativos, que em 2017 atingiu o valor de R$ 69,3 bilhões.
Com importante papel econômico e social em suas comunidades e respectivas regiões, as cooperativas do Estado contribuem com expressiva geração de tributos. Somente em 2017, foram R$ 2,2 bilhões, uma expansão de 4,8% na geração de impostos em relação ao ano anterior.
Mesmo diante de um cenário de retração econômica, as cooperativas aumentaram seus postos de trabalho no Estado, com geração de 61,8 mil empregos diretos. Desses, 90,8% concentram-se nos ramos Agropecuário, Saúde e Crédito.
A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 74,3%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de três pessoas.
Agronegócio e agregação de valor
O ramo Agropecuário registrou um faturamento de R$ 25,6 bilhões em 2017, representando um aumento de 26,22% nos últimos cinco anos. Atualmente, 51 cooperativas do RS possuem planta agroindustrial, onde processam a matéria-prima e agregam valor em mais de 131 produtos diferentes. Nas exportações, o volume de negócios movimentado pelas cooperativas do ramo Agropecuário alcançou R$ 164,9 milhões.
Crédito com confiança
No que se refere ao ramo Crédito, este registrou um faturamento de R$ 8 bilhões em 2017, valor que representa um crescimento de 129,93% em um comparativo com os últimos cinco anos. As cooperativas de Crédito são responsáveis pela geração de R$ 1,2 bilhão de sobras, valor que indica uma expansão de 26,5% em relação a 2016. Na captação de recursos, o crescimento de 32,3% dos depósitos a prazo no período de 2015 a 2017 demonstra a confiança dos associados no sistema cooperativista, ampliando a credibilidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.
Saúde para todos
Quanto ao ramo Saúde, dos 3,39 milhões de beneficiários de planos de saúde do RS (dados da ANS), 50,15% são de cooperativas gaúchas. Em relação à cobertura, as cooperativas – como a Unimed – estão presentes em todos os municípios do Estado.
Energia cooperativista
Segundo a Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop), 39% da energia distribuída por cooperativas no Brasil é proveniente de 15 cooperativas do RS. Ao todo, 369 municípios do RS são atendidos pelas cooperativas de Infraestrutura.
Alcides Stumpf representa o ramo saúde
Durante a apresentação de Vergílio Perius na Federasul, quem também teve espaço para destacar o trabalho do cooperativismo de saúde no RS foi o presidente da Unimed Erechim, Alcides Mandelli Stumpf. Na ocasião, o médico apresentou alguns números do sistema unimediano, e destacou o avanço dos serviços próprios da cooperativa médica – que já conta com 8 hospitais próprios em funcionamento no estado, sendo um deles em Erechim.
O Sistema Unimed/RS é composto pela Unimed Federação RS; Uniair Serviços Aéreos; Central de Serviços RS; Instituto Unimed/RS e Unicoopmed. Está presente em 100% dos municípios gaúchos, com suas 26 singulares agrupadas em 3 coordenadorias regionais, abrangendo um total de 1,8 milhão de beneficiários, com 14,8 mil médicos cooperados. Gera 11 mil empregos diretos. Possui 8 hospitais gerais; 6 hospitais dia; 62 clínicas e serviços de diagnósticos; 19 SOS; 25 prontos – atendimentos. Além disso, trabalha com 2.614 hospitais credenciados.
A Unimed Erechim é a 1ª cooperativa médica do Sistema fundada no RS, em outubro de 1971 e atua em 35 municípios da região Norte do RS (Coordenadoria da Área 3). Atende a mais de 20 mil beneficiários; com 232 médicos cooperados e 213 colaboradores.
Seu modelo de negócios é centrado na sustentabilidade, com investimentos constantes nas áreas ambiental, econômica e social, a partir do Instituto Unimed Erechim.
Em outubro de 2017, a Unimed Erechim inaugurou seu hospital próprio, com 35 leitos e 3 salas cirúrgicas. O modelo privilegia o bem-estar do paciente, aliando tecnologia de ponta com o jeito de cuidar Unimed.