Cooperativas de Erechim reúnem 102 mil associados e R$ 125 milhões de capital

Números foram revelados pelo presidente da Ocergs-Sescoop/RS, Vergílio Perius, durante lançamento do Projeto DIS

Quando a equipe diretiva da Rádio Cultura e do Jornal Boa Vista, capitaneada pelo presidente da Fundação CEAS, Egídio Lazzarotto, celebrou a parceria com o Sistema Ocergs-Sescoop/RS para viabilizar o Projeto DIS – de Desenvolvimento, Inclusão e Sustentabilidade, os presentes ao encontro, realizado na sala do líder cooperativista e presidente da Ocergs-Sescoop/RS, Vergílio Perius, em Porto Alegre, sabiam que o desafio proposto era grandioso, bem-vindo e necessário.

Afinal, estimular a confiança, divulgar as ações e fortalecer a filosofia cooperativista, ramo que responde direta ou indiretamente por cerca de 60% das economias geradas no Alto Uruguai, é algo nobre – sem qualquer trocadilho que remeta a um passado marcado por erros e acertos.

Aliás, na esteira de um passado incrustrado no presente e com os olhos voltados ao futuro o Projeto DIS foi lançado na última sexta-feira, 22, no Centro de Qualidade de Vida da Unimed Erechim.

Diante de expoentes do sistema cooperativista estadual e local – com transmissão do evento ao vivo pela Rádio Cultura 105.9 FM – as propostas do DIS foram apresentadas, prevendo inserções diárias e notícias exclusivas nos veículos de comunicação do grupo CEAS, pelas quais as cooperativas parceiras divulgarão projetos, ações e atividades diversas.

O lançamento

Além da apresentação dos próximos passos do Projeto DIS, as lideranças fizeram uso da palavra. O primeiro a se manifestar foi o presidente da Fundação CEAS, Egídio Lazzarotto, que fez um resgate das origens cooperativistas dos veículos de comunicação do Grupo CEAS.

Em seguida, foi a vez do presidente da Câmara de Vereadores, Rafael Ayub; do presidente da Cotrel, Luiz Paraboni Filho; e do presidente da Unimed, Alcides Mandelli Stumpf – anfitrião do evento, e que pontuou a importância da intercooperação entre as entidades do setor, bem como o interesse pelo desenvolvimento da comunidade.

Em seu pronunciamento, o presidente da Ocergs-Sescoop/RS, Vergílio Perius, além de destacar a força do cooperativismo em Erechim – setor que movimenta R$ 125 milhões de capital entre seus 102 mil associados – também teceu considerações a respeito do cenário cooperativista gaúcho, que conta com 2,8 milhões de associados.

No encerramento das atividades, que foram acompanhadas por um café-da-manhã da Confeitaria e Padaria A Lareira, o prefeito de Erechim, Luiz Francisco Schmidt, endossou o projeto da Fundação CEAS e demais parceiros, colocando o município na condição de apoiador da proposta.

Estiveram presentes, também, os presidentes da Cresol, Carlos Copercini; Coopusaúde, Dilva Maria Galina Loch; Agricoop, Mario Farina; Floracoop, Sandro Pommer; além dos vice-presidentes da Unimed, Paulo Martins; Sicredi Nortes RS/SC, Adelino Loch; Unicred, Plínio Costa Jr.; a gerente do Sicoob-Transcredi, Luciana Dornelles; o gerente comercial da Alfa, Eudes Biavatti; o supervisor administrativo da Aurora, Liduino Largo; e o chefe de gabinete do município de Erechim, Roberto Fabiani.

Os 7 princípios do cooperativismo

A aproximação das cooperativas locais em torno do DIS, registrada no lançamento do Projeto, dialoga de forma direta com um dos 7 princípios do cooperativismo: o da intercooperação. Você sabe quais são os outros seis, e o que significa/representa cada um deles?

1) ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA: As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de sexo ou gênero, social, racial, política e religiosa.

2) GESTÃO DEMOCRÁTICA: As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.

3) PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA: Os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros podem receber, habitualmente, havendo condições econômico financeiras para tanto, uma remuneração sobre o capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades: desenvolvimento da cooperativa, possibilitando a formação de reservas, em parte indivisíveis; retorno aos sócios na proporção de suas transações com as cooperativas e apoio a outras atividades que forem aprovadas pelos associados.

4) AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

5) EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6) INTERCOOPERAÇÃO: As cooperativas servem de forma  mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. 

7) INTERESSE PELA COMUNIDADE: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.

Por Salus Loch 

destaque