Conselheiros não aprovaram o plano que visava captar R$ 200 milhões no mercado para pagamento de dívidas bancárias dando o Beira-Rio como garantia
Reunido na noite desta segunda-feira (16), o Conselho Deliberativo do Inter rejeitou o projeto das debêntures em uma votação muito apertada. A partir de agora, o conselho de gestão, liderado pelo presidente Alessandro Barcellos, terá que trabalhar para buscar outras alternativas para lidar com uma dívida que aumenta ano a ano, apesar das promessas reiteradas de diminuí-la.
A reunião teve presença recorde. Dos 339 conselheiros aptos a participar, 320 estiveram presentes e votaram. O “não” ao projeto 161 votos, contra 159 favoráveis.
Um dos momentos mais tensos da reunião foi após a fala do conselheiro Roberto Melo, que foi contrário ao projeto. Quando passava na frente da mesa para voltar ao seu lugar, ele foi cobrado por Barcellos. Em resposta, Melo, que foi candidato na última eleição para presidente, respondeu que Barcellos não conseguia nem “chegar na final do Gauchão”.
O lançamento em si de um plano de debêntures não precisaria da aprovação do Conselho Deliberativo. O assunto só precisou passar pelo crivo dos conselheiros porque o Beira-Rio passará por uma alienação fiduciária. Ou seja, passaria para o nome dos investidores imediatamente, após o plano abortado agora ir para o mercado. Esse aspecto do projeto foi fundamental na decisão dos conselheiros, que levaram em consideração a possibilidade de o clube perder o estádio.
Em resumo, o projeto das debêntures visava buscar R$ 200 milhões junto à investidores. De acordo com o presidente Alessandro Barcellos, o dinheiro seria usado para o pagamento de dívidas bancárias, cujo juro é maior. Isso aliviaria o caixa e geraria um fôlego para novos investimentos, inclusive no futebol.
Por: Fabrício Falkowski Correio do Povo