Pouco mais de um ano depois de ter entrado em recuperação judicial e ter enfrentado muitas dificuldades no segundo semestre de 2016, com a demissão de centenas de trabalhadores, a Comil começa ver uma luz no fim do túnel. Ainda antes de dar encaminhamento ao processo de recuperação judicial a empresa desenvolveu e realizou o lançamento de três novos modelos de ônibus rodoviários: o Campione DD Duoble Decker, o DD e o Invictus 1200. E estes três novos modelos estão sendo a salvação da empresa, já que estes carros são considerados os melhores do segmento, fabricados no Brasil. Isso alavancou as vendas na Comil e conquistou novos mercados em grandes empresas brasileiras e do exterior, que até então não faziam parte da carteira de clientes.
Entre os exemplos estão as seguintes empresas: Nordeste (PR), que adquiriu 11 DDs, União Santa Cruz (RS), com seis DDs, Novo Horizonte (BA), seis DDs e 23 Invictus 1200, Viação Progresso (RJ) quatro Invictus 1050, Expresso Admantina (SP), oito DDs, Expresso São Luiz (GO), quatro DDs e o Grupo Guanabara: Sampaio (RJ), três DDs, e a Util (RJ), 26 Invictus 1200. No final do mês de outubro, a Comil ainda fechou negócio de dois ônibus Invictus 1200 para a poderosa Contijo, de BH. Esta primeira negociação com empresa mineira abriu uma grande expectativa para novos contratos no próximo ano.
Além de conquistar importantes clientes do mercado interno, a Comil continua expandido seus negócios nos países do Mercosul, como por exemplo, Peru, Chile, Bolívia, Argentina, entre outros. Hoje, 50% de sua produção está voltada para a exportação e a outra metade para o mercado interno. Sendo que a empresa já tem pedidos agendados até os primeiros dias do mês de janeiro de 2018.
Com a boa aceitação dos seus carros nos mercados interno e externo, a Comil está fabricando quatro veículos por dia e já contratou mais de 60 trabalhadores desde que entrou com a recuperação judicial. Mas, apesar de dar a impressão de estar vivendo um bom momento, ainda está
longe de alcançar dias mais tranquilos, até porque ainda não aconteceu a assembleia dos credores da recuperação judicial. Mas com certeza dá para afirmar que a Comil está ressurgindo com força das cinzas e já começa competir de igual para igual em qualidade com as gigantes do mercado nacional e internacional.
Acredito que os credores devem aceitar a proposta que será apresentada pela empresa, já que a mesma está com expansão de sua carteira de clientes e bons resultados financeiros.
Por Egidio Lazzarotto