A bolsa de valores já operava em queda forte, ao redor de 4%, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que pandemia mundial da covid-19, a doença respiratória provocada pelo coronavírus. Por volta das 15h15, a queda bateu em 10,11%, e a B3 voltou a acionar o chamado circuit breaker (expressão em inglês que significa disjuntor, ou seja, o equipamento que desliga a energia), que trava as negociações. Foi a segunda vez nesta semana, depois da segunda-feira (9). Haverá meia hora de pausa, para depois retomar os trabalhos.
Também ocorre queda forte, neste momento, da principal referência externa da bolsa brasileira, a de Nova York. O índice Dow Jones Industrial, o mais tradicional, também já operava em queda quando a OMS anunciou sua decisão. A informação aprofundou a queda, que por volta das 15h30min chega a 5,4%.
Contribuem para o nervosismo do mercado financeiro a frustração com o pacote de estímulo que o presidente Donald Trump chegou a anunciar, mas não conseguiu entregar, e a decisão da Saudi Aramco, petroleira estatal da Arábia Saudita, de elevar ao máximo a produção, derrubando mais ainda a cotação do petróleo.
O circuit breaker é uma ferramenta de segurança, disparada quando ocorrem reações negativas atípicas nos preços das ações, geralmente decorrentes de momentos de extremo nervosismo ou pânico, por sua vez reforçados pelo chamado “comportamento de manada”, irracional. A intenção é parar tudo por algum tempo para recuperar racionalidade nos negócios e evitar queda mais acentuada.
Antes de segunda-feira, o mais recente episódio a acionar o circuit breaker no Brasil havia ocorrido no dia 18 de maio de 2017, depois da divulgação de uma gravação de um diálogo comprometedor entre o então presidente Michel Temer e um dos donos da JBS, Joesley Batista. Na data, os negócios ficaram parados por meia hora antes da retomada. Foi a primeira depois da crise global de 2008, quando foi necessário recorrer com frequência incomum ao mecanismo.
Como o circuit breaker funciona no Brasil
Com queda de 10%: ocorre a primeira parada, de 30 minutos.
Caso a queda se aprofunde até 15%: se depois da primeira pausa o declínio se aprofundar, uma nova interrupção ocorre quando o Ibovespa cair 15%.Nesse caso por mais uma hora.
Caso chegue a 20%: se depois de uma hora sem negociações a queda seguir e alcançar 20%sobre o dia anterior, a Bovespa volta a travar a operação e decide o prazo de suspensão.
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Fonte: GaúchaZH