As constantes reclamações pela falta d’água nos bairros Progresso e Poletto chegaram ao limite. Em reunião realizada na tarde de segunda-feira (14), a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Municipais de Erechim (AGER) cobrou providências imediatas da Aegea/Corsan, concessionária responsável pelo abastecimento, diante da situação crítica enfrentada pela população.
O encontro, que reuniu representantes da AGER, lideranças comunitárias dos bairros afetados e a empresa, expôs um cenário alarmante. Segundo relatos, a falta de água se tornou rotina desde janeiro deste ano. Em muitos casos, o fornecimento ocorre apenas durante a madrugada, obrigando moradores a realizar atividades básicas, como banho e lavagem de roupas, em horários como 23 horas. No ano passado, a AGER já havia notificado a empresa, que respondeu formalmente, que uma obra que iniciaria em março de 2025 resolveria esse problema.
Moradores expressaram indignação não apenas pelo desabastecimento, mas também pelo custo elevado das contas, incompatível com o baixo consumo. Foi citado por uma moradora, que recebeu uma fatura de R$ 270,00 mesmo enfrentando semanas de torneiras secas. Em regiões como o Alto do Colinas, o problema se agrava nos finais de semana, gerando ainda mais sofrimento.
A comunidade relatou que famílias de menor renda, sem condições de instalar caixas d’água, sofrem ainda mais, enquanto quem tem recursos consegue amenizar os impactos. Durante a reunião, um morador apresentou um vídeo que mostrava o hidrômetro girando mesmo sem água nas torneiras, evidência clara de falha no sistema.
Também foram debatidas questões como a revisão de contas elevadas e a substituição de hidrômetros, o que, segundo a comunidade, se torna inviável diante do fornecimento intermitente.
Obra anunciada após cobrança firme
Diante da pressão, o coordenador regional da Corsan, Marcio Tochetto, anunciou a obra considerada fundamental: a construção de uma nova adutora de 1.800 metros para atender especialmente o bairro Poletto, beneficiando também o Progresso. O início está previsto para o dia 1º de agosto, com prazo de execução de até três meses.
Segundo Marcio, o atraso se deve à priorização de outra obra, referente a Estação de Tratamento de Água (ETA) até a caixa da Rua Polônia. Para garantir transparência, a Aegea/Corsan afirmou que as lideranças comunitárias serão convidadas a acompanhar o andamento das obras.
Enquanto a intervenção definitiva não começa, foi discutida a possibilidade de soluções paliativas, como a instalação de motores ou válvulas que possam melhorar temporariamente o fluxo de água. A Aegea/Corsan também relatou que foram encontrados vazamentos na rede adutora, mas que o abastecimento começava a se normalizar ainda na tarde de segunda-feira (14).
O diretor-presidente substituto da AGER, Edgar Radeski, reforçou o tom de cobrança. “A AGER reitera a urgência e a relevância das demandas apresentadas pela comunidade. Confiamos que as informações aqui consolidadas auxiliarão a Aegea/Corsan na tomada das medidas necessárias e que o compromisso assumido para o início da obra será honrado, com a participação da comunidade no processo”, diz.
A AGER seguirá acompanhando de perto a situação, para garantir que a obra ocorra dentro do prazo e, principalmente, que episódios de desabastecimento, como o registrado no último fim de semana, não se repitam.
Por: SMGG Diretoria de Comunicação