Cigarro eletrônico prejudica os rins de animais jovens, revela estudo

No dia 2 de maio, a mestranda Neiva de Oliveira Prestes, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção Integral à Saúde PPGAIS URI Erechim, defendeu sua dissertação intitulada “Compostos Químicos do Cigarro Eletrônico e Toxicidade Renal em Ratos Jovens”, sob a orientação da Profa. Dra. Fernanda Dal’Maso Camera.

O estudo teve como objetivos identificar os compostos químicos do cigarro eletrônico e avaliar seus efeitos nos rins de ratos Wistar jovens. Para isso, foram utilizados animais que foram expostos ao cigarro eletrônico por 30 dias.

A análise da essência utilizada no cigarro eletrônico identificou compostos como nicotina, substância responsável pela dependência ao tabaco, compostos carbonílicos, que causam irritação das vias aéreas e danos ao sistema respiratório, entre outros, e compostos orgânicos voláteis, geralmente encontrados em produtos de uso diário como tintas, vernizes, desinfetantes e cosméticos. A inalação desses compostos pode causar irritação nos olhos e nariz, dores de cabeça e outros sintomas. Todos esses componentes são extremamente nocivos à saúde humana.

Nas análises histológicas, os pesquisadores observaram dilatação tubular e congestão vascular, demonstrando lesões na estrutura dos rins. Já nas análises bioquímicas, foi detectada uma queda significativa nos níveis de glutationa reduzida (GSH), enzima antioxidante essencial, indicando que os rins foram afetados pela exposição ao cigarro eletrônico, comprometendo seu funcionamento.

A mestranda Neiva de Oliveira Prestes destaca que essa conquista representa não apenas o encerramento de uma etapa acadêmica, mas também o início de um compromisso ainda maior com a produção de conhecimento e a promoção da saúde pública. “Realizar esta pesquisa foi uma grande responsabilidade e uma oportunidade de contribuir para a compreensão dos riscos que os cigarros eletrônicos representam, especialmente para os jovens. Meu desejo é que esses dados possam gerar reflexão, prevenção e transformação social”, concluiu.

Segundo a orientadora, professora Fernanda, “a pesquisa reforça a necessidade de regulamentação mais rígida e de estratégias de conscientização sobre os riscos do uso precoce desses dispositivos eletrônicos. Os dados oferecem evidências científicas relevantes que podem ser incluídas no desenvolvimento de novas políticas públicas e ações de prevenção”.

Por último, os resultados desta pesquisa serão compartilhados por meio de ações do Programa PREVDROGAS, da Escola de Educação Básica da URI Erechim, com estudantes do Ensino Fundamental II e Médio, e também serão divulgados à comunidade local.

Por Assessoria de Comunicação

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