Caso Deise Mazzoccato: Em meio a sofrimento e saudade, família pede celeridade na investigação

Neste sábado, 09, completa um mês da morte de Deise Mazzoccato, que foi encontrada ferida no apartamento onde morava no centro de Erechim e que morreu após dar entrada no pronto socorro do Hospital de Caridade.

A reportagem da Rádio Cultura ouviu familiares e amigos de Deise que relatam inconformidade com o ocorrido e com a lentidão na divulgação dos resultados da investigação. Para a família, o período representa bem mais do que 30 dias de luto e saudades. São 30 dias de espera, incertezas e medo que o caso caia no esquecimento.

Para Valmir Brito, cunhado de Deise, a espera é terrível. Ele afirmou que a polícia não informa prazos para a conclusão da investigação e que estão muito lentos.

É muito triste para a família ter que suportar a perda e também essa morosidade, e não saber o que realmente aconteceu”. Brito disse a reportagem da Cultura que a demora abre caminho para rumores e versões de todo o tipo.

Valmir Brito se mostrou inconformado com o tempo de espera pelo laudo de necropsia que está a cargo do Instituto Geral de Perícias. “Sou médico e sei que não é necessário todo esse tempo para sua conclusão. Trinta dias, impossível”, afirmou. Segundo ele a família, em especial a mãe, as irmãs e os filhos de Deise Mazzoccato tem enfrentado com muito sofrimento esse tempo de espera.

Hoje meu filho me pediu se vai ficar assim?! Sinceramente não sabia o que responder. Cadê o Estado e as leis?”, questionou o cunhado de Deise.

Ao ser indagado se a família acredita que houve um crime, Valmir Brito respondeu que preferem ter a serenidade de aguardar a resposta da polícia sem querer pensar em hipóteses que possam causar mais sofrimento.

Gostaríamos do mínimo, que é esclarecimentos. Saber o que realmente aconteceu. Que o órgão público que é responsável por essa função cumprisse com o papel da forma mais célere e correta possível”.

Posição da Polícia Civil

A última manifestação oficial da Polícia Civil, que através da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher investiga o caso, foi por meio de uma nota enviada a imprensa no dia 15 de setembro. A nota que veio assinada pela delegada titular da 11ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, Diana Casarin Zanatta informou que desde o momento que o fato chegou ao conhecimento da autoridade policial, todas as medidas necessárias à sua elucidação foram, e continuam sendo adotadas. Naquela oportunidade também foi informado que a investigação prosseguia sob responsabilidade da delegada Raquel Kolberg que ainda realizava atos investigativos bem como, aguardava o resultado do exame de necropsia e demais exames periciais já providenciados sob o encargo do Instituto Geral de Perícias.

Polícia esteve no apartamento onde Deise Mazzoccato morava. Foto: Leandro Vesoloski/Rádio Cultura

Nesta quinta-feira, 07, a reportagem da Rádio Cultura questionou a Polícia Civil se o inquérito havia sido concluído ou se havia sido solicitado a prorrogação do prazo, se os laudos do IGP haviam ficado prontos, se a polícia trabalhava com indício de crime, quantas pessoas foram ouvidas e quais os próximos passos da investigação. A Polícia Civil informou que não cabe falar deste inquérito no momento, porque não foram recebidos todos os trabalhos periciais.

Posição do IGP

O Instituto Geral de Perícias informou à reportagem que o laudo das perícias no apartamento de Deise já foram concluídos e que ainda são aguardados os resultados dos exames toxicológicos.

Laudo das perícias no apartamento de Deise já foram concluídos pelo IGP. Foto: Leandro Vesoloski/Rádio Cultura

Segundo o coordenador regional do IGP, Ricardo Teló Durks, os resultados de exames toxicológicos de rotina para pesquisa de drogas conhecidas saem rápido, porém o IGP investiga a presença de medicamentos que requerem exames mais complexos e não há como precisar tempo para finalização do trabalho.

Missa marcará primeiro mês de saudades

Neste sábado, 09, data que marca um mês da morte de Deise Mazzoccato será realizada uma missa às 18h na Igreja Sagrado Coração de Jesus na cidade de Viadutos para lembrar a data.

Valmir Brito, o cunhado de Deise, em nome da família agradeceu o apoio recebido.

A perda da Deise provocou uma grande comoção na cidade e recebemos o apoio e carinho de muitas pessoas. Isso demonstra o quanto ela era querida e amada. Agradecemos a todos que deram esse carinho e afeto nesse momento triste que passamos”, finalizou.

Relembre o fato

A 1h40min do dia 09 de setembro, o Corpo de Bombeiros Militar de Erechim foi acionado via telefone para atender uma mulher que teria sofrido um mal súbito no apartamento onde morava na Rua Euclides da Cunha. Ela foi socorrida e encaminhada pelos Bombeiros ao Hospital de Caridade onde uma equipe tentou reanimar a vítima, porém a mulher entrou em óbito.

Conforme o boletim de ocorrência registrado na delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, após a vítima dar entrada no hospital foi solicitada a presença da Brigada Militar que recebeu a informação que a mulher possuía lesões na cabeça, braço, pescoço e peito. Apenas um homem que acompanhava Deise e que acionou o socorro estava com ela no apartamento no momento do ocorrido.  O boletim registra que ele teria dado versões contraditórias sobre o que teria ocorrido no local.

A polícia passou a investigar a situação.

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