“Carne bovina será cada vez mais rara e cara”, afirma Francisco Turra

Para Turra é preciso haver um movimento forte pela produtividade de proteína animal

O brasileiro tem sentido no bolso e na mesa o aumento dos produtos alimentícios. Uma das maiores tradições culturais dos gaúchos, o churrasco tem diminuído sua frequência até entre os maiores apreciadores do hábito devido ao preço da carne que está cada vez mais salgado.

Falando em entrevista ao vivo a Rádio Cultura na manhã desta terça-feira, 08, o presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra afirmou que o preço do principal ingrediente do churrasco deve continuar subindo. “Cada vez mais a carne bovina, por exemplo, vai ser rara e cara. E só você ver como estão despovoando os campos de gado e estão substituindo por lavoras de soja, milho e até algodão que é mais rentável”, afirmou.

Para Turra é preciso haver um movimento forte pela produtividade. Ele citou como exemplo os Estados Unidos que tem um rebanho inferior ao brasileiro e que consegue ganhar mercado devido à alta produtividade. “Eles conseguem exportar carne, porque utilizam de maneira diferente os espaços. Se você adubar a terra, plantar gramíneas especiais e culturas de inverno é possível ter um povoamento de até de 10 cabeças por hectare ou ao menos cinco” disse Turra.

O presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Proteína Animal destacou também a importância do confinamento. “Há exemplos de confinamento bem-sucedidos em Minas Gerais, no Mato Grosso e em menor escala no Rio Grande do Sul”. Turra explicou que no confinamento, com pouco espaço e dando ração adequada, em 12 meses se consegue levar o novilho para o açougue com uma carne macia e uma denominação de novilho jovem que tem um preço especial. “Enquanto não houver isso, o rebanho cai e a carne fica mais rara e escassa”, afirmou Francisco Turra.

Ouça o que disse Francisco Turra a Rádio Cultura

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Exportações

Francisco Turra falou sobre a possibilidade de aumento da carne no Brasil devido as exportações e explicou que a pandemia desajustou mercados e que a regularidade não voltará em um estalar de dedos. “O dólar caiu e a tendência seria de que o milho e farelo de soja diminuísse de preço no mercado interno. O dólar mais baixo é até muito benéfico e o pior seria um dólar a R$ 6 ou R$ 7”, concluiu o presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Proteína Animal.

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