No dia 07 de junho, a advogada da família de Rosemar Leal, Juliani Pinzon Pontes, teve acesso ao laudo da necropsia da mulher que morreu no Hospital de Caridade de Carazinho (HCC) no dia 28 de janeiro de 2021.
Segundo as informações disponibilizadas no laudo da necropsia, Rosemar morreu em decorrência de uma perfuração transoperatória de útero e intestino. Devido a esta condição, a mesma desenvolveu um quadro de peritonite e choque séptico, culminando com seu óbito.
Além disso, o laudo é claro em referir ao responder os quesitos da autoridade policial, que quadros de peritonite secundária à eventual perfuração, como é o caso, se trata com cirurgia, e que a nova intervenção cirúrgica deve ocorrer o mais precocemente possível, com a finalidade de se possuir um melhor prognóstico do paciente.
Segundo a advogada da família, Juliani Pinzon Pontes, consta no prontuário da paciente informações prestadas pela equipe de enfermagem logo após o primeiro procedimento cirúrgico que a paciente encontrava-se referindo muita dor, taquicárdica, pálida, com falta de ar que acarretou o uso de oxigênio suplementar, e que nem mesmo isso foi o suficiente para que a médica assistente adotasse uma nova conduta, investigativa e resolutiva.
Em um atendimento a equipe de enfermagem chega a inserir no prontuário que, além do agravamento dos sintomas, a paciente referia “medo de morrer”. De maneira negligente, mesmo após diversos contatos da equipe de enfermagem, a médica assistente apenas mantinha a conduta prescrita, sem realizar uma reavaliação. O diagnóstico tardio da perfuração ocorrida custou a vida da paciente. “O laudo de necropsia veio, dolorosamente, ao encontro do que a família já imaginava. Tudo indica que o falecimento se trate de um possível erro médico”, complementa a advogada
O filho da vítima, Mateus Leal reitera o momento de dor em que a família recebeu o laudo, confirmando todas aquelas questões que já haviam sido levantadas. “Nós sabemos que nada disso irá trazer ela de volta para o nosso convívio, mas não podemos deixar que esse tipo de situação continue acontecendo e famílias sofrendo como estamos”.
Após ter aportado no inquérito o laudo necroscópico, a Delegada titular do inquérito determinou o início das oitivas dos envolvidos, iniciando pelos familiares, que foram ouvidos na última quarta-feira (09). Apenas após realizadas as oitivas de todas as testemunhas, é que a médica será interrogada.