Capelinha da Sagrada Família para cada Paróquia no Ano do Laicato na Diocese de Erexim

Por decisão dos Bispos do Brasil em sua assembleia geral do ano passado, a Igreja Católica no País realizará o Ano Nacional do Laicato a ser celebrado da festa de Cristo Rei, neste domingo, até a do próximo ano, em 25 de novembro. Neste domingo, a Igreja Católica no Brasil também iniciou a Campanha para a Evangelização, que irá até o próximo dia 17, terceiro domingo de Advento.

Dom José fez a abertura do Ano do Laicato, em nível diocesano, na missa das 09h deste domingo, na Catedral São José, com a presença de delegações da maior parte das 30 Paróquias da Diocese.

No final da celebração, Pe. Maicon Malacarne, coordenador diocesano de pastoral, recordou que, em setembro, foi constituída a Comissão Diocesana de Leigos, cujos integrantes estavam presentes na celebração de abertura do Ano do Laicato. Anunciou a entrega a cada paróquia de uma capelinha da Sagrada Família, em forma de casa, para uma peregrinação nos ambientes paroquiais ao longo do Ano especial que estava sendo iniciado. Este símbolo, com as imagens de Jesus, Maria e José, e pelo formato de casa, quer recuperar o valor e a alegria da vida em família, do cultivo da fé nos lares. Em seguida, Dom José invocou a bênção sobre as capelinhas, lembrando que Jesus visitou as casas das pessoas, especialmente dos doentes e mais necessitados e pedindo que elas sejam sinal fecundo da presença de Deus e revitalização das famílias, casas e comunidades das trinta Paróquias da Diocese para as quais seriam levadas. Pe. Alvise chamou as delegações de cada Paróquia por ordem cronológica de criação e Dom José, com Pe. Maicon, lhes entregou a capelinha.

Na homilia, o Bispo disse que o Ano Nacional do Laicato visa fortalecer compromisso de fé de todos, assumido pelo batismo, de serem discípulos e discípulas, mas também missionários do Senhor Jesus no mundo. Visa também louvar e agradecer a Deus pelo testemunho e a ação missionária de tantos homens e mulheres, pais, mães e jovens tementes a Deus, que testemunharam, no passado, e continuam dando testemunho de fé, na realidade de hoje, nas famílias e nas comunidades. Destacou que cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo. Como luz e sal do mundo, os leigos e leigas irradiam os valores do Evangelho e cultivam os princípios que dão sabor e sentido à vida. Referindo-se à solenidade de Cristo Rei, observou que nela é oportuno cada um questionar-se a respeito de quem reina em sua vida, a quem, como cristão, está seguindo. Desejou que o Ano do Laicato reforce em todos o espírito de comunhão, o sentido de pertença à Igreja comunidade de fé, o discipulado e a missionariedade como fruto do batismo. Desejou também que Maria de Nazaré, mulher leiga, santa, Mãe de Deus e nossa, e de São José, seu esposo e padroeiro da Diocese, modelos de resposta ao chamado de Deus a partir da família, inspirem forças para todos viverem os carismas, dons do Espírito Santo no coração de cada pessoa, para servir, na fé e na caridade, a Igreja povo de Deus.

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Íntegra da homilia de Dom José

Solenidade de J. Cristo Rei do Universo

Abertura da Campanha para a Evangelização

Dia Nacional dos cristãos leigos e leigas – Início do Ano Nacional do Laicato. 

Saúdo os irmãos e irmãs presentes aqui na Igreja Catedral São José, neste dia em que a Igreja celebra a Solenidade de Cristo Rei do Universo, e, no Brasil, o Dia Nacional dos cristãos leigos e leigas, com a abertura do Ano Nacional do Laicato e da Campanha para a Evangelização. Saúdo com estima as delegações das paróquias da nossa Diocese, que em espírito de fé, comunhão e participação, estão presentes nesta celebração eucarística. Elas estão aqui representando todos os batizados das nossas comunidades. Receberão as capelinhas da Sagrada Família para levar às suas paróquias para uma peregrinação em cada uma, conforme programação própria. Vamos juntos louvar e agradecer a Deus pela família, espaço querido por Deus, lugar que acolhe a vida, lugar de amor, de respeito pela dignidade do outro, de perdão e reconciliação, lugar onde a vida deve ser protegida em todas as suas fases. Com afeto, saúdo todos os enfermos, seus familiares e os que se dedicam ao cuidado dos mesmos. Saúdo também aos que nos acompanham pela Rádio Difusão.

Este ano dedicado aos leigos e leigas, vivido em espírito de comunidade, quer fortalecer o nosso compromisso de fé, assumido pelo batismo, de sermos discípulos e discípulas, mas também missionários do Senhor Jesus no mundo. No dom do Espírito Santo, pela pregação dos apóstolos e discípulos de Jesus, nasceram as primeiras comunidades cristãs. Queremos como Igreja, comunidade de fé que se coloca na escuta do Senhor e se deixa iluminar pelo Espírito Santo, louvar e agradecer a Deus pelo testemunho e a ação missionária de tantos homens e mulheres, pais, mães e jovens tementes a Deus, que testemunharam, no passado, e continuam dando testemunho de fé, na realidade de hoje, nas famílias e nas comunidades. Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo. No passado e no presente, movidos pela força do Espírito Santo, ajudaram e continuam ajudando a Igreja na missão de anunciar o Evangelho, em todos os continentes, com suas mais diversas realidades.

Os cristãos leigos e leigas, discípulos e discípulas do Senhor, são chamados a “serem sal da terra e luz do mundo”, para poderem anunciar o Reino de Deus. Para Jesus, os discípulos serão “sal da terra” se acolherem a sua palavra, deixando a sabedoria das bem-aventuranças guiar os passos e a missão para a qual foram chamados. O cristão é sal da terra quando vive e anuncia as bem-aventuranças que comunicam o verdadeiro sabor e dão sentido à sua vida. Com a sua presença, é chamado – como faz o sal – a impedir a corrupção, a não permitir que a sociedade se desintegre por falta de amor, caridade, compaixão, perdão e misericórdia. É também luz quando não oculta ou ignora a Palavra de Deus que lhe foi confiada, não teme e não se envergonha de apresentá-la como mensagem de salvação.

O profeta Ezequiel, homem de fé, amargou com o povo de Israel o exílio na Babilônia e com ele esperava a possibilidade de voltar para sua pátria. Mas, depois de uma longa espera, em vez da liberdade, vê chegar outros irmãos hebreus acorrentados, provenientes da Judeia. A esperança e a fé do povo chegaram ao limite. Porém, inspirado por Deus, Ezequiel não se deixa abater pelo desânimo, profetiza apontando o rei e os seus conselheiros como responsáveis pelo sofrimento do povo. Na missão de governar, ao invés de cuidarem do povo, dos pobres e indefesos, cuidaram dos próprios interesses, levando à destruição do país, do templo e o povo para o exílio. Deus, no entanto, não esqueceu do seu povo. Pela boca do profeta, manifesta que, como pastor, cuidará do seu povo e o reconduzirá de volta à sua terra.

Na Solenidade de Cristo Rei do Universo, diante de tantas contradições de mulheres e de homens públicos, que ferem a dignidade das pessoas de bem, talvez deveríamos nos perguntar: Quem está reinando na minha vida? O Senhor, o amor, a paz, a justiça, a esperança…? Quem estou seguindo como cristão? Diante de tantas notícias ruins que chegam até nós, às vezes, podemos ter a tentação de começarmos a perder a esperança de que seja possível a construção de um país e um mundo mais justos, humanos e fraternos, pela prática das obras de misericórdia, pelas quais seremos julgados, conforme o evangelho desta solenidade. Como cristãos, não podemos ceder ao mal ou esquecer a justiça de Deus, que se manifesta no tempo e na história da minha vida, no tempo e na história da humanidade. Uma humanidade redimida pelo sangue de Cristo Jesus na cruz.

Os cristãos leigos e leigas são portadores da graça batismal, participantes do sacerdócio comum, fundado no único sacerdócio de Cristo, e vivem esse sacerdócio na oferta de si mesmos ao Senhor, na participação dos sacramentos, sobretudo a Eucaristia. Por isso, são chamados a serem os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca, o coração de Cristo na Igreja e no mundo.

Que este Ano Nacional do Laicato, reforce em nós o espírito de comunhão, o sentido de pertença à Igreja comunidade de fé, o discipulado e a missionariedade como fruto do nosso batismo.

Que em Maria de Nazaré, mulher leiga, santa, Mãe de Deus e nossa, e de São José, seu esposo e padroeiro da Diocese, modelos de resposta ao chamado de Deus a partir da família, possamos encontrar forças para vivermos os carismas que são dons do Espírito Santo colocados no nosso coração para servirmos na fé e na caridade a Igreja povo de Deus.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.