Rock é para aqueles e aquelas que têm muito a dizer! A banda Shutdown vem se destacando no cenário musical do município de Erechim e da região do Alto Uruguai com uma proposta ousada e autêntica dentro do rock e do nu metal. A banda é formada por seis integrantes, Mateus e Fábio nos vocais, Vezzaro e Luiz nas guitarras, Shande no baixo e Jean Mazur na bateria. O grupo entrega uma sonoridade marcante que combina peso, melodia e uma forte carga emocional.
O projeto nasce como um hobby entre amigos e agora corporifica-se com mais integrantes, oficializando-se como banda a aproximadamente um ano. Nesse um ano, vivenciaram muita história: a banda ganha corpo e passa a investir em composições autorais, levando o trabalho a um nível mais profissional. Hoje, a Shutdown está em estúdio gravando suas músicas, com o objetivo de espalhar sua mensagem e sonoridade por todo o território nacional.
Musicalmente, a banda é influenciada por nomes de peso do nu metal e do rock nacional e internacional, como Linkin Park, Limp Bizkit, System of a Down, Raimundos, Planet Hemp, InDharma e Project46. Essas referências se traduzem em uma mistura de riffs pesados, solos marcantes e elementos eletrônicos, além de um vocal versátil que alterna entre o rap e o rock, criando uma identidade única e inédita.
De Erechim para o Brasil, a Shutdown se prepara para lançar seu primeiro single autoral, intitulado Muay Thai, uma música que traz a metáfora da luta como representação dos desafios diários e da superação pessoal. Outras faixas já estão em processo de produção, como Paradoxo, que aborda sentimentos e relações humanas, Toque de Querosene, que fala sobre conflitos internos e enfrentamento de demônios pessoais, e Mentes Esfumaçadas, uma crítica direta ao sistema governamental.
“Tem gente que acha que é só baderna, mas o rock sempre foi a voz de quem não tem microfone”, afirma o baixista Shande, esclarecendo que o gênero musical e a música em si liberta e faz sonhar. No norte do Rio Grande do Sul, onde nos localizamos, a cultura sertaneja e tradicional gaúcha é muito forte e importante, mas está mais do que na hora de abrir espaços e incentivar iniciativas para uma pluralidade musical: rap, funk e no caso, rock. Ultimamente temos um cenário de fechamento de muitos bares em nosso município, o que ocasiona um desânimo nas pequenas bandas que surgem, afinal, onde a juventude e até mesmo os mais velhos que gostam de um bom rock ‘n’ roll curtem shows? Festivais, shows públicos, espaços e tempos do rock… Como estão sendo planejados em Erechim visto que temos uma comunidade crescente nesta dimensão cultural?
Apesar de jovem, a banda já realizou diversas apresentações em Erechim, onde foi recebida com entusiasmo por um público caloroso. O próximo show está marcado para o dia 04 de julho na Cervejaria 4i, prometendo mais uma noite de energia intensa e muita música autoral.
O guitarrista da banda, Gabriel Vezzaro, fala da relevância da banda para a cidade como música que faz pensar: “A nossa proposta é relevante porque a gente não faz música só pelo som, a gente bota na letra e nos riffs o que muita gente sente, mas nem sempre consegue expressar. Falamos de conflitos internos, críticas ao sistema, problemas reais, tudo com peso e verdade”, exclama. Luiz Disarz, também guitarrista da banda, dá ênfase no desejo do grupo de fomentar o cenário local cada vez, trazendo mais representatividade para a comunidade.
Além da proposta sonora inovadora, a Shutdown se destaca pela mensagem que carrega: falar abertamente sobre sentimentos, problemas pessoais, resistência e crítica social. Com isso, o grupo se firma como uma das promessas do nu metal nacional, trazendo um som pesado e reflexivo, com autenticidade e personalidade.
O Rock é importante para a sociedade, menciona o vocalista Mateus Cardoso, faz refletir temas que geralmente passamos despercebidos ou até mesmo que são paradigmas, tabus que devem ser quebrados, também não deixa passar em branco a valorização das pequenas bandas por parte da nossa comunidade, “Apoiar as bandas de rock locais é apoiar a arte, o desenvolvimento humano, a liberdade de expressão, é dar oportunidade para que artistas novos tenham espaço para fazer aquilo que amam e inspirar outras pessoas a seguirem o caminho da arte” diz ele e complementa Fábio, o segundo vocalista, nos informando de que apoiar as bandas independentes é essencial para o crescimento da cena cultural, “São essas bandas que trazem frescor e autenticidade à música, criam conexões reais e mantêm viva a chama da diversidade artística”.
Assim, Jean Mazur (baterista da banda) finaliza dizendo que a autenticidade do grupo cria espontaneidade, criando identidade e pertencimento para muitas pessoas. Está mais do que na hora de criarmos políticas, projetos e cenários que possibilitem mais visibilidade das bandas de rock em Erechim, enriquecendo a cena desse gênero musical na região e voltarmos aos velhos tempos (com olhos e dinâmicas novas) do nosso querido rock ‘n’ roll.
Entre Aspas
O público pode acompanhar a banda pelo Instagram, no perfil @shutdown.banda, e em breve também pelo Spotify e YouTube, onde será lançado o single “Muay Thai”. Valorize o rock local!
Por: Kaylani Dal Medico.
Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia da UFFS Erechim.
Integrante do Projeto de Extensão “Dizer a sua palavra”: democratização da cultura popular e da comunicação
kaylanidalmedico@hotmail.com