O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) deve reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual na próxima quarta-feira (20), segundo avaliam economistas dos bancos internacionais Goldman Sachs e Barclays.
Para o banco americano Goldman Sachs, o colegiado deve sinalizar que manterá esse ritmo de cortes ao menos na reunião seguinte, em 1º de novembro.
O Barclays também avalia que, na próxima reunião do Copom, o BC deve seguir o plano de voo divulgado na sua última reunião e reduzir a taxa Selic de 13,25% para 12,75%. Também espera a manutenção do ritmo de quedas em 0,5 ponto porcentual por reunião, mas reconhece que uma aceleração é possível.
“Esperamos que o BC corte a Selic em passos de 0,5 ponto porcentual no futuro próximo, mas não podemos descartar a possibilidade de cortes maiores mais adiante no ciclo, à medida que o horizonte relevante da política monetária gradualmente muda para 2025″, afirma o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, em relatório.
Na semana que vem, o analista espera poucas mudanças no comunicado do Copom. Ele destaca que, desde a última decisão de política monetária, em agosto, as expectativas de IPCA de longo prazo continuaram em 3,5% – 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3% -, o PIB do segundo trimestre cresceu mais do que o esperado e a inflação de serviços não desacelerou substancialmente.
“Esperamos que o Copom mantenha uma barra relativamente alta para acelerar o ritmo de cortes no curtíssimo prazo”, afirma o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
O economista lembra que as expectativas de inflação acima das metas, o crescimento resiliente da economia e o mercado de trabalho apertado ainda exigem “prudência” do BC na calibragem da política monetária. Também pesam contra uma aceleração do ciclo, o aumento do risco fiscal e os riscos altistas para o IPCA via alimentos e combustíveis.
Para o banco americano, as projeções de inflação do Copom no cenário de referência devem avançar para o fim de 2024 (3,4% para 3,5%) e para o fim de 2025 (3% para 3,1%), considerando a depreciação do real, o aumento dos preços de petróleo e a redução da trajetória de taxa Selic embutida no relatório Focus.
“Essas projeções e o balanço de riscos geral para a inflação serão a chave para calibrar a trajetória da Selic, em particular a taxa terminal e o espaço para aceleração do ciclo de afrouxamento até o fim de 2023″, afirma Ramos. “Na ata, vamos procurar a discussão sobre o hiato do produto, dada a recente dinâmica sólida de crescimento.”
Por O Sul