O presidente da Creral foi o entrevistado desta quinta-feira, 04, no programa Estúdio Boa Vista da Rádio Cultura FM. Ele explicou que a crise hídrica trará reflexos no preço da energia nos próximos três anos. Alderi do Prado afirmou que a crise foi amenizada pelos volumes de chuva que aconteceram na região sudeste e centro-oeste e fez com que recuasse o perigo de colapsos no setor elétrico.
O presidente da Creral esclareceu que os movimentos de aceleração de empreendimentos e de compra de energia para abastecer o mercado foram nas áreas térmicas. “Infelizmente não houve nenhum movimento de ampliar energias renováveis, solar, eólica, hídrica”, disse duramente sua participação na programação da Cultura.
Alderi informou que na semana passada houve um leilão de compra de energia térmica para atender o sistema elétrico brasileiro com preços altos. “Energia térmica gerada com combustível e outras fontes com preço variável de R$ 1,50 o quilowatt hora gerado que é muito acima do que se paga para qualquer outra fonte que fica em torno de R$0,20”, disse.
O presidente afirmou que o governo fez esta compra bem no momento que a crise hídrica se dissipava.
É uma atitude tardia, mas que também vai resultar nos anos de 2023, 2024 e 2025 em custos maiores para o consumidor, porque independente da necessidade de usarmos ou não essa energia, teremos que pagar, então infelizmente o reflexo da crise hídrica é preço, custo para os próximos três anos onde as tarifas ainda estarão sendo majoradas por conta dessa crise e por conta dos volumes térmicos que foram gerados”.
Para Alderi uma ação antecipada do governo evitaria muito custo, porque desde maio quando encerrou o período úmido na região sudeste já se sabia que teria um risco hidrológico muito grande. “A gente foi salvo pela chuva e pela demanda, já que o consumo de energia elétrica caiu. A carga reduziu em 3% e com aumento da chuva, a previsão é que em novembro a gente encerre com os reservatórios do Sudeste acima de 18% de capacidade. Houve uma recuperação boa, mas os reflexos ainda serão muitos na geração térmica que foi a base que se adotou e também nos preços majorados que houveram nas tarifas de energia e nos custos da geração da energia”.
O presidente da Creral afirmou que esse custo mais elevado não representa aumento de caixa ou aumento de resultados das empresas distribuidoras como a Creral ou a distribuidora RGE. “Todo esse valor a mais que o consumidor paga é repassado para o governo federal para pagar a conta da geração térmica” concluiu.