O vômito é uma das queixas mais frequentes nas consultas pediátricas e, juntamente com as náuseas, pode ser sintoma de um processo controlável ou, até mesmo, a primeira manifestação de um processo grave, podendo causar outros problemas, como desidratação e complicações metabólicas, havendo em muitos casos a necessidade de internação.
Sempre angustiante para a criança e para os familiares, o vômito é um sintoma comum de múltiplas doenças, podendo evoluir para um quadro agudo e/ou crônico. É importante analisar as crianças com vômito individualmente, fazendo diagnóstico correto, a fim de propor o tratamento correto das diferentes doenças causadoras do vômito, o que é fundamental para o controle destas manifestações.
“É essencial fazer uma avaliação cuidadosa do paciente com vômito. O diagnóstico diferencial constitui grande desafio na prática diária dos médicos. Avaliações regulares nas fases iniciais do quadro com vômitos garantem que doenças graves não sejam negligenciadas e, assim, evita-se o aparecimento de complicações”, explica o gastroenterologista pediátrico dr. Mauro Batista Morais, presidente do Departamento de Gastroenterologias da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Para levar a melhor e mais completa informação sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou o guia prático “Evidências para o Manejo de Náusea e Vômitos em Pediatria”, para ajudar os pediatras a estabelecer o diagnóstico exato e a conduta mais adequada para crianças que apresentem vômitos por diferentes causas.
De acordo com o guia, para esses quadros é apropriado utilizar um produto antiemético, e a primeira indicação é a ondasentrona, que melhora a eficácia da terapia de reidratação oral, podendo ser usada em todos os níveis de náuseas e vômitos. “No passado, os medicamentos da classe dos antieméticos eram questionados pelos organismos internacionais e nacionais, pois ocasionavam sonolência. Porém, novos estudos científicos realizados em outros países e metanálises atuais comprovaram a eficácia do antiemético ondansetrona, que não causa sonolência”, explica o presidente do Departamento de Gastrenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O guia é uma importante ferramenta para os pediatras, que têm papel fundamental na identificação de crianças ou adolescentes que precisam de maior investigação. Ele é o responsável pelas medidas terapêuticas a serem adotadas na avaliação inicial do paciente com vômitos.