Os representantes do Poder Legislativo erechinense aprovaram de forma unânime, na sessão ordinária da última segunda-feira (17), dois projetos de lei de autoria do vereador Rafael Ayub (MDB) referentes a uma síndrome ainda pouco conhecida e que precisa ser discutida amplamente: a fibromialgia. Um dos projetos aprovados prevê o atendimento preferencial em estabelecimentos a portadores da referida síndrome, mediante apresentação de cartão a ser expedido gratuitamente pela Secretaria Municipal de Saúde, enquanto o outro institui o Dia Municipal de Conscientização da Fibromialgia, a ser realizado em 12 de maio.
“A fibromialgia é uma condição dolorosa, generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono”, explica Ayub, e lembra que, em 1992, a fibromialgia foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença reumática. “A incidência no Brasil é altíssima, sendo estimada entre 2% e 3% da população, o que representa quase 7 milhões de pessoas. Os números não são conclusivos justamente pela falta de diagnóstico correto”, afirma, justificando a necessidade de um debate amplo em torno da doença.
Mais frequente entre mulheres acima dos 35 anos, a fibromialgia por muito tempo foi tratada como problema de origem psicológica ou emocional – o que, devido à sua complexidade, ainda ocorre. “Ainda é comum que pessoas com os sintomas procurem médicos de várias especialidades até obter o diagnóstico, baseado em teste clínico. Dor crônica em 11 de 18 pontos pressionados pelo médico. Estudos sobre a síndrome derrubaram a hipótese de que as dores seriam apenas resposta física de transtornos psíquicos, como depressão, estresse e ansiedade”, destaca Ayub.
Emenda aprovada – Além dos projetos, os edis aprovaram também uma emenda à proposta. De autoria do vereador Ale Dal Zotto (PSB), a mesma permite aos portadores de fibromialgia estacionarem em vagas preferenciais no município.