Devemos saudar a coragem das várias pré-candidaturas jovens de nossa cidade, que estão colocando seus nomes para apreciação do eleitorado regional como candidatos a deputado estadual ou federal, num momento de descrédito da classe política a nível nacional, estadual e porque não, municipal. Mas também temos que levar em conta que algumas destas jovens candidaturas ainda não têm dimensão de como se faz uma campanha eleitoral e estão “atirando” para todos os lados sem a mínima organização.
Muitos estão achando que basta colocar o nome à disposição dos partidos que os votos vão cair do céu. Tem determinado pré-candidato que quando é questionado sobre como está sua campanha sai com essa: “Estou comendo pelas beiradas, indo a Porto Alegre todas as semanas e conversando com meu partido para depois saber onde devo atacar”. Outro, que até pode ter futuro na política, destaca o seguinte: “Está muito boa, já estive no Chuí, fronteira, nas regiões do Planalto e Serra e até fora do estado. O que tem de gente me dizendo, que bom que tem pessoas jovens como você para fazer mudança neste país”. Já um terceiro responde o seguinte: “Se o partido da região não está muito a fim de me apoiar neste momento, estou indo buscar o fortalecimento em outras regiões e depois o partido da região é que vai correr atrás para me apoiar”.
Por favor, não estou querendo jogar um balde de água fria nestas jovens pré-candidaturas, mas sim estou alertando para que as pessoas mais experientes dentro dos partidos chamem eles e orientem sobre como se faz uma campanha eleitoral para deputado, para que os mesmos não saiam de um pleito queimados, sem chance para futuras eleições. Também os familiares e amigos dos pré-candidatos têm o dever de orientar os mesmos sobre como se faz uma campanha, onde ela tem início, meio e fim. Também é preciso dar primeiro uma boa olhada dentro do próprio quintal. Se não estão bem em casa, está na hora de repensar a candidatura e quem sabe se preparar para as próximas eleições.
Uma campanha não se faz apenas às vésperas de uma eleição, começa bem antes. Muitos dos nossos pré-candidatos deveriam primeiro contratar uma pesquisa para Erechim e região, antes de colocar a suas campanhas na rua. Afinal, uma campanha custa muito caro e ninguém gosta de rasgar dinheiro, ainda mais num momento de dificuldade como estamos vivendo. Nós, na redação do Jornal Boa Vista tivemos acessos a algumas pesquisas e a realidade é bem diferente do que alguns candidatos pensam. Por favor, não venham me pedir os resultados, já esqueci. E, quando eu falo de jovens, me refiro a todas as candidaturas que se apresentaram até o momento, e, diga-se de passagem, todas elas são debutantes numa eleição para deputado.
Por Egidio Lazzarotto