Ano inicia cheio de boas expectativas para Ypiranga e Atlântico

I
O ano de 2017 não foi bom para Atlântico e Ypiranga, os dois clubes de Erechim ficaram aquém do esperado pelos seus torcedores e dirigentes. É bem verdade que a frustração foi muito maior no Colosso da Lagoa, em razão da queda para a Divisão de Acesso, mas pelos lados do Caldeirão do Galo, o sentimento também foi de frustração, principalmente com a perda do título da Liga Gaúcha de Futsal para a Assoeva, dentro de casa. Apesar de ter chegado a duas finais (Taça Brasil e Liga Gaúcha), seria muito fanatismo dizer que o ano foi bom para o futsal do Galo. Aliás, a temporada passada foi de grandes reversões das expectativas que envolviam nossos clubes locais.

II
O calendário passado de ambos reitera a opinião deste colunista para o ano ruim que foi 2017. O Atlântico iniciou com quatro competições oficiais a serem disputadas: Taça Brasil, Copa do Brasil, Liga Nacional e Liga Gaúcha de Futsal. Em 2018 serão apenas duas, Liga Gaúcha e Liga Nacional. O Ypiranga iniciou a última temporada sendo tratado como o principal clube do interior gaúcho pelo seu calendário, que contava com o Campeonato Gaúcho da Primeira Divisão, Recopa Gaúcha, Copa da Federação Gaúcha, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C. Neste ano serão duas (Divisão de Acesso e Série C) ou quiçá três, caso o clube opte por disputar a Copa da Federação Gaúcha.

III
Galo e Canarinho iniciam temporadas menores em 2018 e para voltar a ter seus calendários cheios, precisarão voltar a conquistar títulos, caso contrário o anuário continuará sendo reduzido para os dois. Nas suas devidas modalidades, os dois clubes são sempre apontados como favoritos nas competições que disputam. O verde-rubro novamente inicia a temporada sendo apontado como forte candidato a erguer pelo menos uma taça em 2018. Já a agremiação Canarinho é apontada pela crônica esportiva gaúcha com o grande que jogará a Divisão de Acesso, e consequentemente, é tido como favorito a conquistar uma das vagas no Campeonato Gaúcho de 2019.

IV
Quando olho para o Colosso da Lagoa percebo um otimismo muito grande da direção, mas ao mesmo tempo, há espaço para a preocupação com um eventual novo tropeço, que seria terrível para o clube. Os erros do Ypiranga em 2018 não podem passar nem perto do que aconteceu em 2017. Nesta temporada os erros não podem, em hipótese alguma, ultrapassar a margem de 10%.
O presidente do Canarinho, Adilson Stankiewicz, depositou no gerente de futebol, Renan Mobarack, toda a sua confiança e lhe deu credibilidade para que possa recolocar o clube na elite do futebol gaúcho.
Acredito que poucos presidentes dariam a chave do vestiário para um gerente de futebol, afinal, sempre que isso aconteceu por aqui, todos sabem no que deu.

V
No Caldeirão do Galo o sentimento é de que somente os resultados da Liga Gaúcha e Copa do Brasil poderiam ter sido modificados. Nem na Taça Brasil e muito menos na Liga Nacional de Futsal éramos melhores que o adversário que nos eliminou, o Joinville. Reconhecer a derrota para quem é melhor não é demérito e sim, grandeza misturada com espírito esportivo. A direção do Galo não promoveu uma reformulação tão grande por acaso. Ninguém muda 70% do grupo de jogadores porque quer. Os dirigentes sabem que para ganhar a Liga Nacional de Futsal era preciso ir ao mercado e trazer alguns jogadores de peso. As contratações de Careca, Cabreúva e Jé mostram ao restante dos clubes do futsal brasileiro a que veio o Galo nesta temporada.

 

Caminho do Acesso
O Ypiranga precisará percorrer 1.638 quilômetros e percorrer sete cidades na primeira fase da Divisão de Acesso. A distância é considerada curta se comparada com outras edições da competição. A maior distância que precisará percorrer será até a cidade de Igrejinha, distante 390 quilômetros da Capital da Amizade. A viagem mais curta será até a vizinha cidade de Passo Fundo (84 km), onde será disputado o principal clássico da região norte do Rio Grande do Sul. Se chegar até as finais, o clube verde-amarelo deverá percorrer mais de dois mil quilômetros pelas estradas gaúchas.

Limpando o mercado
A oxigenação feita pela direção do Atlântico no grupo de jogadores deu a chance para que muitas promessas do futsal gaúcho possam jogar num dos principais clubes do futsal brasileiro. O verde-rubro praticamente garimpou todos os jogadores que foram destaque no certame estadual de 2017, com exceção do fixo Silva, que já é conhecido do torcedor do Galo, onde atuou em 2014 e conquistou três títulos, o restante serão caras novas vestindo a camisa do Atlântico. Renovação nem sempre é sinônimo de bons resultados, mas no caso do Galo era necessário que alguns jogadores buscassem novos ares.

Juventude e Experiência
O grupo do Ypiranga que disputará a Divisão de Acesso está recheado de jogadores experientes e um treinador jovem. Apesar de já ter jogado com alguns de seus comandados, Márcio Nunes terá um desafio ainda maior se o clube não arrancar com uma boa sequência de vitórias. Acredito que os papéis do gerente de futebol, Renan Mobarack, e do preparador físico, Alexandre Andreis, serão fundamentais na gestão do grupo de jogadores. Neste ponto a direção do clube segue a receita ideal para um bom resultado em campo: a mescla de juventude com experiência.

Camisas Listradas
Sei que é uma espécie de superstição jogar a Divisão de Acesso com as camisas listradas, mas particularmente este uniforme não me agrada. Há quem diga que no próprio estatuto do clube este uniforme listrado consta como principal. Nas redes sociais os torcedores parecem ter gostado do uniforme. Para mim, os uniformes mais bonitos do Ypiranga são aqueles em verde. Mas enfim, o que importa são os resultados dentro de campo, o uniforme é apenas um detalhe para os supersticiosos e saudosistas.

 

Por Fabio Lazzarotto