AMAU discute implantação de sistema de cogestão em bandeira preta

Definição avaliará aspectos sanitários e econômicos diante da posição do governo do RS, que nesta segunda-feira (22) permitiu a continuidade da cogestão no RS. Restrição de circulação passa a valer das 20h às 5h

Atendendo solicitação dos presidentes das Associações de Municípios do RS, o governador Eduardo Leite decidiu no fim da tarde desta segunda-feira (22) manter em funcionamento o sistema de cogestão estadual, pelo qual é permitido que entes regionais atuem com protocolos locais ou bandeira inferior à classificação do Modelo de Distanciamento recomendado pelo executivo gaúcho.

A R16, que contempla os 32 municípios da AMAU, além de Nonoai e Rio dos Índios, ficou na bandeira preta do modelo estadual – que significa risco altíssimo para a covid-19, considerando, entre outros, a rápida disseminação do vírus e a sobrecarga do sistema de saúde (os dois hospitais regionais, Santa Terezinha e Caridade, estavam, ontem, perto dos 100% de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com coronavírus).

Assembleia extraordinária

Diante da posição do governo gaúcho, o presidente da AMAU e prefeito de Erechim, Paulo Polis, convocou uma assembleia geral extraordinária da entidade, em meio virtual, para às 8h30min de terça-feira (23).

Polis explica que, conforme o plano regional em vigor, não é permitida a cogestão em bandeira preta. “Hoje, legalmente falando, a AMAU só pode adotar protocolo de bandeira laranja em caso de classificação de bandeira vermelha. Para aprovarmos medidas de vermelha na bandeira preta, como é o caso, é preciso que 2/3 dos prefeitos aprovem um novo plano, que deve ser ratificado em cada um dos municípios, assinado por um técnico responsável de cada cidade e, posteriormente, enviado ao Estado. É para tomarmos uma decisão quanto a essa situação que reuniremos os prefeitos nesta terça-feira”, destaca Polis.

Preservar vidas e a economia

O novo plano regional, que está sendo elaborado pelo Comitê de Atenção ao Coronavírus da AMAU, além de respeitar os regramentos do Estado, deve levar em conta a preservação de vidas e da economia. Por isso, a proposta a ser discutida será de uma cogestão segmentada, envolvendo a possibilidade de flexibilizações em áreas como o comércio, escolas e a indústria. Aumento na fiscalização e ampliação das campanhas de conscientização da população também serão reforçadas.

Medidas já tomadas

Visando garantir a ampliação do atendimento aos municípios da região, Polis encaminhou nesta segunda, em tratativas com as direções do Santa Terezinha e do Caridade, a abertura de novos leitos de UTI exclusivamente para pacientes com a covid-19. Serão mais dois leitos no Santa e, inicialmente, três no HC (com possibilidade de mais três, conforme a demanda e disponibilidade de equipes médicas).

Restrição de deslocamento passa a ser das 20h às 5h

A continuidade da cogestão pelo governo do RS, no entanto, veio acompanhada da antecipação do período de suspensão geral das atividades e da restrição do deslocamento das pessoas, que era das 22h às 5h, e agora será das 20h às 5h – de hoje até segunda-feira, dia 2. Neste período, serviços não essenciais devem ficar com as portas fechadas, sob pena de multa e interdição, como ocorreu em Erechim no final de semana.

Nenhum recurso aceito

O governador Eduardo Leite comunicou, ainda, que nenhum recurso impetrado defendendo uma bandeira ‘menor’, foi aceito. Além disso, as regiões devem apresentar um planejamento de fiscalização. Aulas presenciais, mesmo em bandeira preta, estão liberados para educação infantil e 1º e 2º anos do ensino fundamental.
O Estado também prevê nova reunião com os prefeitos do RS na quinta-feira (25), a fim de discutir medidas de fiscalização e a evolução dos casos confirmados, mortes e das hospitalizações.

Saiba mais

A Região 16 vem apresentando um aumento do número de casos ativos, estando atualmente com 744 casos. Desde o início da pandemia, já foram registrados 159 óbitos, sendo 18 só em fevereiro.

Por Assessoria de Comunicação 

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