Aluguéis com vencimento em agosto serão reajustados em 10%, diz FGV

Acumulado do indicador utilizado na correção da maioria das locações no Brasil tem o menor valor em dois anos

Após dois meses de reajuste na casa dos 10,7%, os aluguéis residenciais com vencimento no mês de agosto ficarão 10,08% mais caros. O valor é resultado da variação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de locação vigentes no Brasil, no acumulado dos últimos 12 meses.

O valor menor do reajuste a ser cobrado dos inquilinos ocorre com a alta de 0,21% do indicador no mês de julho, valor que corresponde a uma desaceleração ante alta de 0,59% apurada em junho, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Na prática, os inquilinos que pagam mensalmente um aluguel de R$ 1.300 passarão a ter que desembolsar R$ 1.431 (+R$ 131,04) todos os meses para continuar morando no mesmo  imóvel. Para evitar o reajuste significativo, a dica é renegociar o aumento diretamente com o proprietário ou proprietária do imóvel.

A variação do IGP-M acumulada nos 12 meses encerrados em neste mês mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o indicador apresentava variação de 37% para as locações, e coloca ao indicador no menor patamar desde julho de 2020 (+9,27%). Em julho do ano passado, o índice havia subido 0,78% e acumulava alta de 33,83% em 12 meses.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já usam a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Para quem deseja fugir da alta considerável, a melhor orientação é negociar a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de inquilinos e proprietários.

Composição

Na passagem entre os meses de junho e julho, a perda de ritmo do IGP-M foi motivada pela a redução da alíquota do ICMS sobre a gasolina (de -0,19% para -7,26%) e a energia elétrica (de -0,34% para -3,11%), conforme explica André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV.

“Os preços de commodities importantes estão cedendo, refletindo os riscos de um cenário macroeconômico pouco animador. […] Se não fosse a redução do ICMS, o IPC não teria registrado taxa negativa”, afirma Braz.

No mês, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) caiu 0,28%, ante alta de 0,71% em junho, e o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) variou 0,21% após avançar 0,3% no mês passado. Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 1,16%, ante alta de 2,81% apurada em junho.

Fonte: R7