Agricultores gaúchos planejam safra de inverno

Enquanto as lavouras da safra de grãos de verão são colhidas, os agricultores gaúchos começam a planejar a safra de inverno. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (04/04), os agricultores procuram crédito para financiamento de custeio das lavouras de trigo, em especial na parte Norte do Estado, e encaminham amostras de solo para análise e correção de nutrientes. Nas regiões Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, os altos custos dos insumos interferem na definição da área a ser cultivada. Já nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram liberados os primeiros recursos de custeio de insumos para lavouras de trigo.

Para implantação de lavouras de canola, os produtores buscam crédito para custeio junto aos agentes financeiros, mas a expectativa é de diminuição da área nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, ao contrário das regiões Fronteira Noroeste e Missões, onde empresas agrícolas estão fazendo pré-contratos de compra com fornecimento de insumos, o que tem motivado a ampliação da área de canola, até mesmo como alternativa ao cultivo do trigo.

CULTURAS DE VERÃO

No Estado, colheita da soja avançou muito, chegando aos 52% das lavouras implantadas, sendo que outras 33% estão maduras e 15%, em enchimento de grãos. A produtividade em geral é boa e dentro da expectativa, chegando, por exemplo, à média de 3.800 kg/ha na região da Produção. Na região Sul, a produtividade das lavouras de soja é distinta: nas coxilhas, tem sido de 75 sacas por hectare; na fronteira, a produtividade não deve ultrapassar 40 sacas por hectare; e na região da Encosta da Serra do Sudeste, a expectativa é de produtividade acima de 60 sacas por hectare. Se o tempo favorecer, a colheita da soja finaliza até meados de abril.

No milho, o clima seco dos últimos dias favoreceu o avanço da maturação e a colheita das lavouras, atingindo 70% da área, estando com 19% maduro e 10% em enchimento de grãos, com apenas 1% em floração. Na região Central, 43% da área foi colhida, com média de produtividade de 90 sacas de milho por hectare. Em específico no município de Tupanciretã, onde a maior parte da lavoura é irrigada com pivô central, a área está 95% colhida, com produtividade de 210 sacas por hectare.

Resta apenas 5% das lavouras de feijão para serem colhidas, todas nos Campos de Cima da Serra. As produtividades estão próximas do esperado inicialmente, que é de 2,5 toneladas por hectare. Já a safrinha gaúcha está quase toda implantada. Como a segunda safra de feijão é basicamente cultivada pela agricultura familiar e para autoconsumo ou reserva de sementes, ela se estende por um período maior. Atualmente, 9% da 2ª safra de feijão foram colhidas, 11% estão maduras e por colher, 35% estão em enchimento de grãos, 30% em floração e 15% das áreas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.

A safra de arroz teve sua colheita acelerada na última semana, atingindo 60% da área. As lavouras da Campanha e Fronteira Oeste, regiões de grande importância da cultura no Estado, estão com bom ritmo de colheita, avançando em todos os municípios. Na Zona Sul, outra região de grande expressão da cultura no RS, também prossegue a colheita, atingindo 51% da área. Até o momento, a produtividade de referência é de 8,2 toneladas por hectare.

OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS

Pepino – Apesar de ter crescido o consumo, o pepino Japonês ainda é bem menos comercializado do que o pepino salada convencional. No RS, há um movimento crescente de olericultores que estão substituindo o plantio do pepino salada pelo Japonês. Contudo, como o mercado olerícola responde forte e rapidamente às oscilações entre oferta e demanda, a partir do momento que o mercado estiver sobrecarregado de pepino Japonês, o preço tende a cair.

Quivi – O produto está em plena colheita das variedades glabras (peladas) e de polpa amarela, da espécie Actinidia chinensis, com frutos de bom calibre e altos teores de açúcar. Em breve terá início a colheita das variedades mais cultivadas na Serra gaúcha, da espécie Actinidia deliciosa. De maneira geral, as plantas apresentam bom vigor e sanidade.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Na pecuária de corte, o campo nativo, as espécies de pastagens perenes de verão (tíftons, panicuns e braquiárias) e as gramíneas anuais de verão (sorgo forrageiro, capim sudão e milheto) em geral apresentam-se fibrosas, com menor taxa de crescimento e baixa qualidade, devido aos baixos índices de umidade no solo.

Os pecuaristas dos Campos de Cima da Serra iniciaram a implantação das pastagens cultivadas de inverno, procurando antecipar o pastoreio e evitar que o gado reduza em demasia a condição corporal, que ocorre quando os animais são mantidos em pastagens naturais durante o inverno.

Em propriedades com integração lavoura-pecuária, após a colheita de soja e arroz são implantadas as pastagens de inverno (aveia e azevém). Assim, é necessária chuva nos próximos dias, para não prejudicar a germinação. Alguns produtores estão acessando crédito de custeio para implantação de pastagens de inverno.

Na pecuária de leite, as pastagens anuais de verão começam a ficar mais fibrosas, diminuindo assim a qualidade da forragem e o potencial produtivo, caracterizando o início do vazio forrageiro de outono. Para implantação das pastagens de inverno, são recomendados especialmente centeio, trigo forrageiro, aveia melhorada e azevém tetraploide. Na região de Caxias do Sul, alguns produtores fizeram a semeadura de milheto em fevereiro, visando enfrentar o vazio forrageiro outonal.

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