Esta semana ouvi algumas professoras de séries iniciais conversando e me surpreendi com relatos sobre a agressividade de algumas crianças. Meninos com 03 anos de idade ou pouco mais que isso, e que tem como principais alvos meninas, mordendo coleguinhas, chutando e desferindo tapas contra as professoras e proferindo palavrões. E conforme aumenta a idade, vai aumentando a violência das agressões. Esta semana ouvi algumas professoras de séries iniciais conversando e me surpreendi com relatos sobre a agressividade de algumas crianças. Meninos com 03 anos de idade ou pouco mais que isso, e que tem como principais alvos meninas, mordendo coleguinhas, chutando e desferindo tapas contra as professoras e proferindo palavrões. E conforme aumenta a idade, vai aumentando a violência das agressões. Para tentar controlar os pequenos, as professoras utilizam o diálogo, muito diálogo, que nem sempre alcança seu intento. Para piorar, a última frase que até pouco tempo atrás funcionava em todos os casos: “vou contar para os seus pais”, já não surte efeito. A reação atual costuma ser uma debochada risada ou um desafiante “pode contar”. Quando as agressões resultam em alguma lesão, os pais do agredido, e não poderia ser diferente, procuram a escola e cobram providências. Quando os pais dos agressores vão até a escola, costumam chegar tendo certeza sobre a inocência do filho e com o alvo já travado: o corpo docente. As frases também vêm prontas: “vocês são os culpados”, “fizeram alguma coisa pra ele”, “ele disse que não fez isso, vocês estão mentindo”. Em setembro publiquei neste espaço que, segundo dados das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave) o Alto Uruguai já contabilizava 562 casos de violência física entre alunos, todos envolvendo estudantes com idade maior do que os exemplos citados no início do texto. E tais dados envolviam apenas 15 escolas estaduais. Fico imaginando qual número atingiríamos se entrassem nas estatísticas o restante das escolas estaduais, municipais e particulares. Além disso, registrou-se até setembro 30 casos de tráfico, posse ou uso de drogas, 282 casos de bullying, 81 de pichações ou depredações, 03 assaltos na saída das escolas, 12 arrombamentos/furtos em escolas, 222 situações de racismo, preconceito ou intolerância, 08 acidentes de trânsito no entorno dos educandários e 745 casos de indisciplina registrados.O trabalho para tentar reduzir estes números vem envolvendo gestão de conflitos, com programas de inserção social e parcerias, mas seria interessante que alguns pais ao serem chamados nas escolas, começassem ao menos, observar a situação com outros olhos.
Por Alan Dias