“Acho que tentaram matar a gente”, afirma sobrevivente da Kiss durante depoimento

Iniciou por volta das 14h17min o depoimento dos sobreviventes da Boate Kiss no julgamento que apura responsabilidades pela morte de 242 pessoas no dia 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria. Katia Giane Pacheco Siqueira foi a primeira sobrevivente ouvida. Ela era funcionária da Boate Kiss e afirmou que nas grandes festas, cerca de mil pessoas frequentavam a boate. Katia disse que não recorda se havia sinalização indicando as saídas.

A funcionária da Kiss que está grávida desmaiou durante a tentativa de sair da boate e só conseguiu deixar o local por que após retomar os sentidos se agarrou nas pernas de uma pessoa que a puxou para fora do ambiente já tomado pela fumaça. Ela teve 40% do corpo queimado e ficou em coma durante 21 dias.

Katia Siqueira disse que uma espécie de vela acesa era colocada na bebida quando espumantes eram vendidos. Sobre o fato de seguranças impedirem à saída das pessoas a funcionária da Kiss disse que não tinha a certeza se era uma briga ou mesmo um incêndio e por isso as pessoas foram impedidas de deixar o local. “Levei uns dois minutos para perceber que era fogo. Foi muito rápido”.

Em outro momento, questionada pelo Ministério Público, Kátia afirmou que a orientação da casa em todos os eventos  é que as pessoas só saíssem após o pagamento da comanda. Se alguém perdesse a comanda pagava multa. “Tinha que pagar”, afirmou a funcionária.

A funcionária da Boate Kiss foi questionada sobre o que achava da participação dos  réus  no incêndio e foi taxativa em sua resposta: “Com tudo o que vi, com a lotação como estava, acho que tentaram matar a gente”, afirmou Kátia.

Até o fechamento desta matéria (15h50min) o depoimento de Káta Giane Pacheco Siqueira não havia encerrado.

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