A lambança do IPTU

Quando foi aprovada a reposição do IPTU em 2,8%, o nosso colega, colunista do Jornal Boa Vista, Valdecir Moschetta, alertava durante sua participação na Rádio Cultura, que o governo municipal havia dado uma rasteira nos vereadores e na população, e que para muitos contribuintes o valor seria muito superior ao da reposição, em alguns casos poderia até dobrar em relação ao ano anterior. Moschetta foi mais longe, garantiu que o governo estava fazendo a maior lambança da história com relação ao IPTU.
Imediatamente o secretário da Fazenda, Roberto Fabiane, veio para os microfones da Rádio Cultura e contra-atacou dizendo que o governo estava fazendo justiça fiscal e que quem falava que que o governo estava fazendo lambança, era porque tinha algum interesse. Com o passar do tempo, o que está se vendo é que a reposição parece ter sido muito mais do que uma lambança, deu uma de Pilatos. O próprio vereador Araújo, que faz parte da base governista na Câmara, afirmou à Rádio Cultura que o prefeito agendou uma reunião com os vereadores e membros do governo no Tribunal de Contas para encontrar uma saída para o problema. Para piorar a situação, quando voltou à Câmara de Vereadores, aprovou um projeto revogando esse aumento, inclusive com os votos da própria base do governo.
Agora o prefeito veta o projeto e devolve o abacaxi para os vereadores, que estes resolvam a bagunça que ele mesmo criou. Por que o governo não avisou os vereadores da base dizendo que o prefeito vetaria qualquer projeto? Será que o vereador André, líder do governo, não foi avisado? Neste caso ou o governo não fala com sua base, ou enganou mais uma vez todos os vereadores.
O governo é o único culpado pela lambança com relação ao IPTU. Acho que para o líder do governo, vereador André Jucoski, que é pré-candidato a deputado estadual e poderia contar com o governo como principal cabo eleitoral, essa questão que envolve o IPTU é como aquele famoso ditado popular: “quem tem um amigo como esse, não precisa de inimigo”. Mas o prefeito Schmidt para ter tomado essa atitude, deve ter suas razões, quem foi escaldado com água quente, tem medo até da fria.

 

Por Egidio Lazzarotto

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