A crise da erva-mate e a destruição dos ervais

São vários fatores que estão prolongando a crise da erva-mate, que atingiu os produtores e as ervateiras em geral. Esta semana visitei uma das maiores indústrias de nossa região para saber sobre o motivo desta crise, onde muitos agricultores estão destruindo seus ervais para plantar soja ou milho. O valor da erva verde no pé, produzido no Paraná está entre 50% a 60 % mais alto do que o dos ervais gaúchos e mesmo assim os consumidores preferem a erva-mate vinda daquele estado.

Primeiro: A chamada erva-mate nativa tem valor muito maior no mercado nacional do que a maioria dos nossos ervais, que foi plantada por uma variedade e depois da industrialização tem sabor um pouco diferente.

Segundo: O valor da soja subiu muito, enquanto o da erva-mate vem caindo há vários anos.

Terceiro: A exigência do próprio consumidor, que quer um chimarrão de melhor qualidade e para isso, a erva-mate nativa tem um sabor melhor, enquanto na nossa região sobrou pouca erva nativa, por caso da cultura da soja.

Apesar de os nossos agricultores estarem eliminando seus ervais para plantar soja e milho, não haverá desabastecimento no futuro, até porque no Paraná existe muita erva-mate nativa no meio do mato e nas fazendas de gado.

Em resumo, a crise da erva-mate passa mais pela exigência dos próprios consumidores, que preferem a erva nativa, enquanto os nossos produtores no passado eliminaram estas para plantar novas variedades, com uma produção maior, sem se preocupar com a qualidade. A maioria das ervateiras da região está comprando muita erva-mate verde no Paraná e até de Santa Catarina, para ser industrializada aqui.

Por Egidio Lazzarotto