63% do crédito para agricultura empresarial da safra atual é de juro livre

Percentual de financiamentos com juro controlado cai a cada ciclo.

Perto do anúncio do novo Plano Agrícola e Pecuário 2024/2025 — previsto para terça (25) e quarta-feira (26) da próxima semana —, a expectativa é saber as cifras e as condições que serão disponibilizadas para os financiamentos do setor. Estudo feito pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) mostra que das últimas 11 safras para cá os recursos com juro controlado (ou seja, com percentual definido que conta com a participação da União na equalização) vêm perdendo espaço, e os de taxa livre (em que não há aporte público), ampliando.

A pesquisa feita pela entidade considera apenas os financiamentos da chamada agricultura empresarial, corrigidos pela inflação, no período de julho a maio. No plano vigente, por exemplo, 63% dos financiamentos tomados até maio são com juro livre (veja gráfico acima). Na safra 2013/2014, era de apenas 7,75%.

Fonte: Farsul / Bacen

 

— Não vemos isso diferente de uma tendência e não achamos que seja fora do normal, porque o agro é muito grande. É normal que assim seja, só que precisa haver consciência de que esse movimento está acontecendo — pontua Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.

No atual ciclo, o economista pontua que os recursos controlados não só ficaram menores do que os livre como decresceram em relação a eles mesmo no período anterior. Essa redução dos recursos controlados e o programa de subvenção do seguro rural são dois pontos considerados problemáticos no Plano Safra 2023/2024.

— Sim, tivemos mais tomadas de recursos nesse Plano Safra, mas majoritariamente esses recursos são livres — reforça o economista.

Para atender às demandas da próxima safra, a Frente Parlamentar da Agropecuária sinalizou a necessidade de cerca de R$20 bilhões para a equalização (ou seja, recursos da União que efetivamente são usadas para subsidiar taxas de financiamentos).  No ano passado, esse montante foi de R$ 13,6 bilhões. Nesta semana, após reunião com os titulares da Fazenda e de Relações Institucionais, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que “o importante é o direcionamento maior de recursos, por exemplo, da poupança rural, da LCA, do depósito à vista, o que faz com que sejam custos bem reduzidos e os bancos possam atender os produtores nas menores taxas de juros possíveis”.

Fonte: GZH

Agriculturafinanciamentojuro