Pouco mais da metade dos responsáveis por pequenos negócios no Rio Grande do Sul, que somam ao redor de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), tem grandes planos para este ano.
Uma pesquisa elaborada pelo Sebrae RS indica que 52% dos microempreendedores individuais (MEIs) e de quem está à frente de micro ou pequenas empresas têm a intenção de expandir seus negócios em 2023 nas áreas de comércio, serviços, indústria ou agricultura. Esse patamar é nove pontos percentuais maior do que foi apurado no ano anterior, demonstrando um reforço no ânimo dos empresários com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
A ampliação de capacidade ou do número de unidades é acompanhada por outras previsões favoráveis, como a intenção de manter ou multiplicar o número de colaboradores e de fazer investimentos destinados a melhorar o desempenho (veja detalhes no infográfico mais abaixo). As respostas ao questionário aplicado no mês de janeiro apontam ainda que a confiança no próprio negócio supera o otimismo em relação à economia de forma geral.
“Os dados indicam que 76% dos entrevistados acham que a economia gaúcha vai ficar como está ou melhorar, contra um percentual de 87% quando questionados sobre a própria empresa ou ramo de atividade. O otimismo costuma ser uma característica do empreendedor, caso contrário, nem empreenderia”, observa o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Godoy.
Os planos de ampliação dos donos de pequenos negócios são favorecidos por uma avaliação de desempenho positiva em relação aos últimos meses. Os números levantados pela pesquisa revelam que oito em cada 10 empreendedores conseguiram manter ou aumentar o faturamento em 2022, e 76% puderam manter todos os pagamentos em dia. Analisando-se alguns dados disponíveis por setor, o ano passado foi considerado melhor do que o anterior por 63% dos representantes da indústria e 62% dos serviços. As áreas do comércio e do agro apresentaram índices mais modestos, com 57% e 45%, respectivamente.
Os projetos de expansão contrastam com uma leve piora na expectativa em relação ao comportamento futuro da economia gaúcha. Embora o percentual de quem se declara otimista tenha se mantido estável, em 53%, a proporção de quem se diz pessimista subiu 10 pontos percentuais e chegou a 24%. O relatório do Sebrae conclui, porém, que “as incertezas em relação ao cenário político parecem ter pouco impacto nos negócios”.
Além da intenção de expandir seus negócios, um percentual ainda maior de empreendedores manifesta a pretensão de investir para manter ou aprimorar os serviços ou produtos oferecidos. Dois terços dos empresários querem fazer aportes para reforçar a competitividade — e, como consequência, ajudar a movimentar a economia.
Entre os setores que deverão receber mais recursos, estão o marketing, destacado por 46% dos entrevistados, seguido por novos produtos (41%), ampliação da capacidade de atendimento (40%) e aquisição de máquinas e equipamentos (32%).