O 3º Festival do Pé de Soja, realizado no último sábado (24) em Gaurama, foi além de uma celebração do agro: tornou-se um importante espaço de discussão sobre os desafios enfrentados pelos produtores rurais. O evento, promovido pelo MUAGRO (Municípios Unidos pelo Agro), contou com a presença de lideranças municipais e representantes de entidades em defesa do setor.
A AMAU (Associação dos Municípios do Alto Uruguai) esteve representada pelo seu presidente e prefeito de Marcelino Ramos, Vannei Mafissoni (Delfim), que reforçou o apoio aos agricultores, especialmente diante das adversidades climáticas que têm afetado a região nos últimos anos.
Delfim compartilhou os encaminhamentos da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, onde discutiu, junto à Famurs e ao deputado Alceu Moreira, a crise dos produtores endividados devido a estiagens e enchentes. Em audiência no Ministério da Agricultura, foi solicitada a securitização das dívidas rurais.
“Os agricultores não querem deixar de pagar, apenas precisam de condições para honrar seus compromissos”, afirmou Delfim, destacando o apoio do senador Luis Carlos Heinze nessa pauta. Ele também fez um desabafo sobre as dificuldades em Brasília: “Antes, buscávamos recursos na capital federal, mas hoje está mais fácil conseguir em Porto Alegre. Brasília está complicada.”
O ex-prefeito de Barra do Rio Azul e ex-presidente da Famurs, Marcelo Arruda, reforçou o apelo: “O RS, que tanto contribuiu para o país, precisa de respeito. Os produtores não pedem perdão da dívida, mas sim prazos justos.”
O prefeito de Gaurama, anfitrião do evento, alertou para a situação crítica do agro gaúcho: desde 2021, perdas consecutivas por eventos climáticos levaram mais de 300 municípios a decretarem emergência em 2025. Ele defendeu a homologação de um Decreto de Emergência Geral e a aprovação do PL 320/25, que trata da renegociação das dívidas rurais, como medidas urgentes para evitar o colapso no campo.
O festival, além de integrar a comunidade, reforçou a união dos municípios em busca de soluções para um setor que é a base da economia regional.
Por: Edson Machado da Silva