Com o intuito de levar conhecimento às pessoas, desmistificando o assunto, que ainda é permeado por medo ou preconceito, em 16 de novembro celebra-se o Dia Nacional dos Ostomizados.
O Ostoma ou Estoma é o nome atribuído à exteriorização de um órgão interno através de um procedimento cirúrgico, construindo assim um novo caminho. A maioria dos ostomas são realizados nos seguintes locais:
- Parede do abdômen: nos casos destinados à alimentação ou excreção de resíduos;
- Vias aéreas: com finalidade de facilitar o processo respiratório.
Em ambos os casos, o ostoma poderá ser definitivo, por tempo indeterminado, ou temporário, até que a função do órgão seja restabelecida.
Dados do Ministério da Saúde estimam que no Brasil, em 2018, havia cerca de 207.000 pessoas ostomizadas. Entretanto, com a pandemia de COVID-19, a incidência aumentou, principalmente as relacionadas às vias aéreas (traqueostomias).
As ostomias são necessárias devido a neoplasias (tumores), má formação congênita, traumas ou doenças inflamatórias intestinais e urinárias. A ostomia das vias aéreas é necessária geralmente devido a doenças que causam obstrução das vias, patologias degenerativas que impedem a deglutição e oferecem risco de broncoaspiração, ou para obter uma via respiratória, como na ventilação mecânica.
As ostomias são classificadas como: traqueostomia (realizada na traqueia) que auxilia na respiração; gastrostomia e jejunostomia, que auxiliam na alimentação enteral; urostomia (realizada na bexiga) que auxilia na eliminação da urina; colostomia (realizada no intestino grosso) e a ileostomia (realizada no intestino delgado) que auxiliam na excreção dos dejetos fecais. As ostomias mais comuns são as de eliminação (colostomia, ileostomia e urostomia).
Na colostomia e ileostomia, uma bolsa coletora é acoplada no abdômen onde há o ostoma, para o armazenamento temporário das fezes. Sua localização varia, de acordo com o local do intestino em que foi realizado o procedimento cirúrgico. Nesse caso a consistência das fezes também pode apresentar variações, sendo mais pastosa ou sólida na colostomia, e mais líquida na ileostomia. Devido às particularidades de cada ostoma, é de suma importância que todos ostomizados recebam orientação e tratamento adequado, com vistas a garantir maior conhecimento e qualidade de vida.
Segundo a Portaria nº 400, de 16 de novembro de 2009, todo paciente ostomizado tem o direito de receber um atendimento seguro e qualificado, promovendo o autocuidado quanto à prevenção de complicações.
O Hospital de Caridade, através de seu ACP – Ambulatório de Cuidados com a Pele, oferece a comunidade de Erechim e região um atendimento qualificado e especializado a pacientes ostomizados, com foco nos pacientes colostomizados ou ileostomizados, tendo o objetivo de auxilia-lo no período de adaptação do ostoma/bolsa, orientando quanto aos tipos de bolsa, como trocar e fixar a bolsa, uso correto do dispositivo, cuidados, lavagem, sinais e sintomas de complicações do ostoma, dentre outras orientações importantes.
Além do atendimento de enfermagem, o paciente recebe o atendimento multiprofissional do hospital, sempre que necessário, como as profissionais nutricionistas e psicólogas, que também o auxiliam no processo, especialmente no período inicial de adaptação.
Atualmente, desde que o paciente receba um atendimento digno, qualificado e seguro, seja devidamente orientado e treinado por uma equipe especializada e com informações corretas, é possível ter uma boa qualidade de vida, mesmo portando a bolsa de ostomia.
Enfermeira Solange Terezinha Sobbis de Pruência
COREN/RS 000238127
Técnica de Enfermagem Samantha Larissa Martins
COREN/RS 1372031