AMAU realiza ato para prorrogar e renegociar dívidas dos agricultores

Na tarde de quinta-feira, 10, a praça municipal de Jacutinga recebeu centenas de pessoas, incluindo agricultores, prefeitos, deputados, vereadores, secretários municipais, sindicatos e lideranças regionais, num ato organizado pela Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), na busca de sensibilizar o governo federal para a problemática das dívidas dos agricultores, em função de efeitos climáticos dos últimos anos, com sucessivas estiagens e grandes enxurradas. Ao final do evento, foi redigido um documento, que será encaminhado aos órgãos competentes, que tem como teor a renegociação das dívidas agrícolas.

O presidente da Amau e prefeito de Marcelino Ramos, Delfim, salientou que os prefeitos da região sempre discutem de forma coletiva as pautas que envolvem a administração pública, e agricultura que é a base da maioria dos municípios não seria diferente: “Todos os prefeitos estão cientes da dificuldade dos nossos agricultores, e que essa situação está batendo em nossas portas. São quatro anos de seca e de dificuldades, não tem como pagar isso, além das fortes chuvas do ano passado. E não adianta só empurrar esta conta para frente, é preciso ser feito alguma coisa, securitização. Temos que fazer esse grito ecoar em Brasília”, pontuou Delfim.

O prefeito de Jacutinga, Ademir Sakrezenski, anfitrião do evento, relatou que a presença de tantas lideranças, mostrou a importância do ato: “A taxa do Proagro é inviável ao nosso agricultor. Este ato não é para criticar o governo A ou B, mas para estarmos todos juntos, mostrar união, prefeitos de todos os partidos, para construirmos e avançarmos tanto no governo do Estado quanto no governo federal”, salientou Ademir.

(Crédito foto: Higor Heinz e Vivian Mattos)

O presidente da Famurs, Marcelo Arruda, presente ao evento salientou que “ninguém está pedindo perdão ou para acabar com as contas, estamos pedindo condições de pagar, como aconteceu em 1995 com a securitização, em que houve uma renegociação com última parcela para este ano; neste período olha o quanto o agro desenvolveu e se tornou referência para o Brasil e mundo. E é isso que precisamos agora para o RS, um olhar diferenciado, afinal vivemos três secas seguidas e a pior enchente da história”.

Dois deputados estaduais participaram do ato, Paparico Bacchi e Dirceu Franciscon. Para Paparico disse que a securitização ajuda, mas não todos os problemas: “Precisamos incluir na luta uma anistia de 30% da dívida dos produtores rurais, porque o alongamento da dívida seja paliativo e não vai resolver o problema”.

Já Dirceu Franciscon em seu pronunciamento relembrou que “tivemos aqui no RS quatro estiagens e uma catástrofe com chuvas, em que muita gente perdeu tudo. Precisamos pedir ao presidente da República prorrogação, mas, também, de abatimento no financiamento, que a conta seja reduzida, com juros mais baratos, subsidiados pelo governo federal”.

O senador Luis Carlos Heinze afirmou que governos não agem e sim reagem a pressão:

“Queremos soluções. E as soluções vêm das mobilizações, da pressão, como esta que está sendo feita hoje aqui em Jacutinga. Neste momento, a preocupação maior é a prorrogação das dívidas que estão vencendo em abril, maio e junho, e os produtores não tem como pagar. Precisamos prorrogar por uns seis meses, para termos prazos para negociar com o governo”.

Outras autoridades tiveram a oportunidade de se pronunciar durante o evento, mostrando a dificuldade que enfrentam os agricultores: presidente da Câmara de Jacutinga, Gelsi Lodéa, presidente do Sutraf/AU. Alcemir Bagnara; coordenadora regional sindical Alto Uruguai FETAG-RS e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barão de Cotegipe (STR), Glauciane Przylepa; presidente do Sindicato Rural de Erechim, Allan André Tormen; e representante da Farsul, Carlos Alberto Schütz.

Por: Ascom AMAU 

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